Brilhante e fosco.
Ele sempre se saiu bem naquilo que gostava. Frequentava boates e se deliciava com as variadas bocas macias e atraentes que conquistava com sua bela aparência e seu sorriso. Sentia-se brilhar na noite e caminhava a cantar pelas ruas durante a alvorada na volta pra casa.
Eis que um dia seu melhor amigo o acompanha até a boate; e estranhamente naquela noite ele fica sozinho. O que mais ele vê é o amigo beijando uma, duas, três bocas (algumas ao mesmo tempo inclusive) enquanto a ele restam as desculpas esfarrapadas de "tenho namorado".
Então ele pensa: Seria eu uma estrela que teve seu brilho ofuscado?
Então um misto de rancor e inveja sopra sobre seus pensamentos durante alguns segundos. Mas a música está alta demais e ele então esquece as bocas, esquece os beijos, esquece os desejos... Tudo o que lhe resta é dançar.