DE SURFISTINHA À TERAPIA NUA
Ler, escutar sobre prostituição, mexe com a curiosidade. Tenho amigas que não quiseram assistir o filme sobre Bruna Sufistinha.Diziam que não queriam perder tempo com cultura inútil. Direito de cada uma. Fui e vi o que é a vida de uma prostituta. Em uma sala de aula com psicólogos e psiquiatras, em torno de uns trinta, apenas eu me dispus a comentar o filme e queriam saber como foi meu olhar sobre o que assisti. A inspiradora da película, baseada em sua vida real,não é qualquer prostituta, porque ela entrou nesta profissão não por necessidade, como ocorre com a maioria, mas por opção e daria um estudo sobre a estrutura de sua personalidade. Seus livros venderam a marca de 17 milhões e foi traduzido para 5 países. Seu relativo sucesso foi motivado por querer se conhecer o que ocorre entre quatro paredes de quem vende o corpo, qual a clientela desta profissão das mais antigas."Surfando" sobre todos os tipos de "ondas" ela oferece farto material para enquadramento de personalidades com suas respectivas estruturas psicológicas. Com a virgindade sendo encarada de uma outra forma nos tempos atuais, poderia se supor que esta profissão estaria falida, mas os classificados dos jornais, sites em internet, como o usado por Bruna, são recursos que faz com que a profissão esteja sobrevivendo.
Dentre as várias circunstâncias apresentadas, recordo que, em algumas ocasiões, Bruna cedia sua escuta para desabafo de alguns clientes. Sentiam que o nível social e educacional eram bons e, talvez, passasse confiança ao ponto de dar uma de "terapeuta", sendo a ela mostradas fotos dos familiares, outros falavam das dificuldades no emprego etc. Compreensível que acontecesse isto com alguns dos inúmeros clientes que tinha.
Agora merece pontuar o que a terapeuta americana Sarah White, vivendo e trabalhando em New York, faz como terapeuta psicológica, ou o nome da profissão foi mudado? Coloca em seu site informações sobre seus honorários e como atua como profissional. Cobra na 1ª consulta 150 dólares e 450 para a consulta pessoal. A reportagem saiu no "The Daily" e reproduzida no blog "Tudo Global ".
Segundo Sarah, foi encontrada "uma maneira bastante insólita para fazer com que seus pacientes se abram com mais facilidade no divã, revelando seus problemas". Ela faz "strep-tease", chamando esta prática de "terapia nua".
A internet, em ambos os casos, foi usada como meio de divulgação. Inegável que tem um alcance grande e ao alcance da maioria, em todo o mundo. Sabe-se que "do outro lado" da tela há sempre pessoas solitárias, carentes, buscando experiências novas e elas, as "conselheiras", tiraram proveito deste conhecimento. A questão é a troca de nome da atuação da terapeuta americana, mas provavelmente está alcançando sucesso, não propriamente na profissão de psicóloga. Interessante que só ela é quem tira a roupa. Esquece que em terapia psicológica o paciente é quem desnuda a alma, ou tenta.