Brigando com o Tempo
Tempo que nunca tem
Que nunca dá, que nunca cede
Tempo me arrancado a força.
Tempo que me engana, que ri na minha cara, que ri da minha cara
Tempo que limpa os pés na minha razão, mas que nunca me leva embora.
Tempo guerreiro e resistente, mas nunca companheiro
Tempo que corre depressa, ganhador dos cem metros rasos,
recordista em me postar em um canto qualquer, numa lembrança qualquer, qualquer como sou.
Tempo que insiste, que não desiste e passa tão rápido quando estou, onde sempre quis estar.
Tempo traidor da sensação de estar feliz.
Tempo que não vem, não explica e não diz.
Tempo juiz.
Tempo réu-culpado, mal julgado, mal posicionado.
Afinal me responda Tempo, o que quer comigo, se me arranca de mim os melhores ares da vida, e nunca está ao meu lado quando preciso?
Se corre de mim nos minutos brilhantes da vida?
Só não vai embora, quando é o tédio que me visita.
Todo o resto leva embora da varanda, injusto!
Oras! Estou cansada o tempo todo dessa briga com o tempo
Dizendo a esmo palavras vazias
Escrava, inutil e imcompetente acolhendo os maus agouros que o Tempo tem.