Sexta-feira, 25

Acordei com a sensação de estar sendo transportada no tempo,
de volta à uma época onde o mistério
nunca está no lugar para onde se olha,
e sim no próprio olhar...
Foi um dia diferente,
exatamente como aconteceu em uma véspera de natal,
quando à tarde,
no pátio da casa de meus pais,
brincava de bonecas com amigas imaginárias.
Ou em uma manhã fria,
quando depois de acordar de um sonho que me lembro bem até hoje,
saltei da cama àquele mesmo pátio e ouvindo os estalidos
do orvalho congelado que se quebrava a cada passo,
disse olá para um sol turista
como se eu fosse
a pessoa mais feliz do mundo.
São dias queridos que
tornam as coisas mais confusas
e mais felizes.
Inexplicavelmente eles acontecem,
desafiando uma lei não escrita
que proíbe o sonho de
se casar com a realidade.
Teimam em atribuir ao infinito o sentido de plenitude,
jamais de impossibilidade.
Lili Maciel
Enviado por Lili Maciel em 26/03/2011
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