Me deixas louca ( BVIW )
A delicadeza da literatura sempre me acompanhou. Percebi que as canções da Elis substanciavam minhas sensações de prazer. Adorava Elis cantando, contando o roteiro do meu veio poético, das frenéticas ‘alucinações’ amorosas. Poetas escreviam para a alma artística dela, mas sabiam tanto de todas nós, as letras eram próximas e apropriadas, e a emoção dela culminava em alguma aliança feminina. Eu só tinha uma leve ideia de psicologia e comunicação metafórica, mas suspirava, ao delicioso encantamento daqueles vinis todos, esparramados pelo chão do meu quarto, com eles, eu me sentia à vontade, eram cúmplices, aliados perfeitos para meus devaneios incríveis. A essência daquela voz firme e aconchegante tomava o espaço. Era uma alienação quase óbvia, porque qualquer libertação fora dali, seria outra história... E salvo todos os enganos, com Elis aprendi o caprichoso caminho da fase super tântrica do desejo. E todos sabem, muitíssimo bem, do que eu falo! Os livros de matemática abertos na cama, e, as cartas de amor, sendo imaginadas em meio à toneladas de alumbramentos e catarses. ‘ E quando escuto o som alegre do teu riso, que me dá tanta alegria...’ ah essa frase sorvida pelos meus tímpanos em êxtase , me fazia adolescer de novo, e a mulher que se descobria, queria a menina sonhando o tempo todo! Hoje sei, sonhar é divino, amar é complemento...
Há lindíssimas canções que falam de amor e desamor, mas sem dúvida, ‘ Me deixas louca’ virou ícone, nas minhas lágrimas de humana 'quase' madura. Elis continua aqui, e agora refletindo com ternura, me pego sorrindo: meu Deus, continuo a mesma louca criatura!
Há lindíssimas canções que falam de amor e desamor, mas sem dúvida, ‘ Me deixas louca’ virou ícone, nas minhas lágrimas de humana 'quase' madura. Elis continua aqui, e agora refletindo com ternura, me pego sorrindo: meu Deus, continuo a mesma louca criatura!