O Sentido da Busca
Costuma-se citar o óbvio como algo notório e inquestionável. Já para o conhecimento vulgar, trata-se daquilo que é claro, manifesto e possivelmente palpável. Mas nem o óbvio, que se sinonimiza com aquilo que é evidente, esgota por completo a curiosidade pelos seus fundamentos, suas causas últimas. Nada se conhece inteiramente, apesar da busca da verdade suprema, da força e da energia constantes da “alethea”. Ela é a deusa do poema de Parmênides, vestida esplendidamente com uma túnica esvoaçante, com o rosto coberto por um transparente véu, numa charrete puxada por velozes cavalos. O vento ora desvenda, ora encobre sua belíssima face. Porém, os homens que a procuram atraídos por essa energia jamais viram totalmente sua beleza, sua verdade.
É o sentido da procura da “alethea” que estimula o nosso ser pensante a estar, permanentemente, nesse estado de busca, de procura, mesmo daquilo que nos parece óbvio. A busca da verdade, que é um dos nobres valores consagrados pelo homem, caracteriza outros valores sagrados, como o amor e a felicidade. Por exemplo, o amor se esvaece, quando deixa de ser objeto de busca, de conquista. E para não se tornar esvaecido, o amor, a felicidade são valores que jamais se deixam ser conquistados plenamente. Quando alguém acha que os possui inteiramente, o objeto amado deixa de atrair o sujeito amante, tornando-se uma convivência sem amor e, consequentemente, infeliz.
A vontade da busca, da procura, mesmo daquilo que nos pareça óbvio, leva Henri Bérgson a nos colocar num dilema ou em dois caminhos que, unidos e sem paralelismo, nos conduzem a uma mesma consequência: “Há coisas que somente a inteligência é capaz de procurar, mas que, por ela mesma, jamais as encontrará. Essas coisas somente o instinto as encontraria, mas ele jamais as procurará.” Desse traço bergsoniano, podemos concluir que a descoberta daquilo que se procura, no mundo dos valores, é um adquirente, mas jamais um adquirido, um mistério que, quanto mais se esclarece ou se desvenda, nunca seu conhecimento será terminativo. Bom que assim seja, a fim de que sejamos mantidos num estado de desejo do instinto e de vontade da inteligência. Isto nos projeta em diversas direções, sobretudo, em duas: na da busca e, objetivamente, na da descoberta. Há quem pare diante si e se depare com um desconhecido, ignorando-se por uma vida inteira.Vale a pena começar pela descoberta de nós mesmos. Por que parar diante da semente? Onde houver sementes, sempre poderá haver colheitas.
Costuma-se citar o óbvio como algo notório e inquestionável. Já para o conhecimento vulgar, trata-se daquilo que é claro, manifesto e possivelmente palpável. Mas nem o óbvio, que se sinonimiza com aquilo que é evidente, esgota por completo a curiosidade pelos seus fundamentos, suas causas últimas. Nada se conhece inteiramente, apesar da busca da verdade suprema, da força e da energia constantes da “alethea”. Ela é a deusa do poema de Parmênides, vestida esplendidamente com uma túnica esvoaçante, com o rosto coberto por um transparente véu, numa charrete puxada por velozes cavalos. O vento ora desvenda, ora encobre sua belíssima face. Porém, os homens que a procuram atraídos por essa energia jamais viram totalmente sua beleza, sua verdade.
É o sentido da procura da “alethea” que estimula o nosso ser pensante a estar, permanentemente, nesse estado de busca, de procura, mesmo daquilo que nos parece óbvio. A busca da verdade, que é um dos nobres valores consagrados pelo homem, caracteriza outros valores sagrados, como o amor e a felicidade. Por exemplo, o amor se esvaece, quando deixa de ser objeto de busca, de conquista. E para não se tornar esvaecido, o amor, a felicidade são valores que jamais se deixam ser conquistados plenamente. Quando alguém acha que os possui inteiramente, o objeto amado deixa de atrair o sujeito amante, tornando-se uma convivência sem amor e, consequentemente, infeliz.
A vontade da busca, da procura, mesmo daquilo que nos pareça óbvio, leva Henri Bérgson a nos colocar num dilema ou em dois caminhos que, unidos e sem paralelismo, nos conduzem a uma mesma consequência: “Há coisas que somente a inteligência é capaz de procurar, mas que, por ela mesma, jamais as encontrará. Essas coisas somente o instinto as encontraria, mas ele jamais as procurará.” Desse traço bergsoniano, podemos concluir que a descoberta daquilo que se procura, no mundo dos valores, é um adquirente, mas jamais um adquirido, um mistério que, quanto mais se esclarece ou se desvenda, nunca seu conhecimento será terminativo. Bom que assim seja, a fim de que sejamos mantidos num estado de desejo do instinto e de vontade da inteligência. Isto nos projeta em diversas direções, sobretudo, em duas: na da busca e, objetivamente, na da descoberta. Há quem pare diante si e se depare com um desconhecido, ignorando-se por uma vida inteira.Vale a pena começar pela descoberta de nós mesmos. Por que parar diante da semente? Onde houver sementes, sempre poderá haver colheitas.