CRÔNICA – A visita de Obama ao Brasil

 

Crônica – A visita de Obama ao Brasil – Em 20.03.2011

 

            Não se pode negar, de maneira alguma, da popularidade do presidente dos Estados Unidos da América, doutor Barack Obama, que passou aqui no sábado e domingo próximos passados, tendo ao lado sua simpaticíssima mulher Michele, suas duas filhas e a sogra.

            Também não se pode olvidar que essa senhora primeira dama é de uma simpatia fora de série, porquanto se mostra humilde, reconhece seu passado de pessoa pobre, mas que estudou demais e hoje, sem o esperar, tornou-se uma ou talvez a mulher mais admirada do planeta.

            Todavia, alguns registros negativos não nos passaram despercebidos: Em primeiro lugar, creio que a segurança dedicada ao político da poderosa nação, cerca de 3.500 homens, entre forças armadas, polícia civil, militar, detetives e a guarda pessoal dele, que deve ser uma das pessoas mais visadas para o caso de um assassinato (lembram-se dos Kennedy, que foram mortos em seu próprio território?). Há muitos países que dele não gostam e que têm gente capaz de dar a vida em troco da dele. Depois, o fato de os brasileiros não terem podido vê-lo de perto (havia uma distância de mais de duzentos metros a ser considerada), o que frustrou de certa forma o nosso povo. Ainda a ressaltar a segurança do espaço aéreo e via marítima, estas com aviões e navios da Aeronáutica e da Marinha brasileiras.

            A bem da verdade, essa estada aqui entre nós (?) está servindo também para popularizar a campanha do visitante à reeleição que está próxima lá nas terras de Tio Sam. Porém um detalhe importante é que todas as despesas saíram dos nossos bolsos, não só dos que pagam impostos, mas e, sobretudo dos que não recebem do governo as condições mínimas de sobrevivência, como prevê o retalho de constituição que para alguns é a lei maior do país. Lei cheia de emendas, as mais absurdas e casuísticas.

            Em termos de mostrar ao mundo o valor de nossa hospitalidade, penso que as visitas foram de um ganho enorme, disso não se tem dúvidas. Entretanto, o Brasil só fez pedir e pedir ao primeiro presidente negro da história dos EUA. Implorou para que criasse condições de nós entrarmos como membro efetivo da ONU (Organização das Nações Unidas). A nossa presidente Dilma Rousseff, assim como ministros e empresários, imploraram no sentido de que o visitante mandasse rever as barreiras econômicas (taxação com impostos, a fim de que não possam competir com os lá produzidos) aos nossos produtos exportados. Também pediram para que facilitasse o recebimento de brasileiros em seu território, bem como outras coisas de menor importância.

            É que os nossos dirigentes pensam que nos Estados Unidos a palavra do presidente tem força de lei. Ledo engano, não é como nesta nação em que o titular do cargo vai a uma solenidade e promete liberar bilhões de reais para socorrer, por exemplo, vítimas de tragédias (enchentes, secas, etc.), uma vez que eles têm um Congresso que no final decide tudo. Porém o pior de tudo é que os nossos prometem como sem falta e faltam como sem dúvida...

            Numa relação entre países tão importantes em termos mundiais existe aquela máxima “é dando que se recebe”, não se podendo somente querer extrair vantagens sem a competente retribuição. Nessa hora de pedir, chaleirar, implorar eles se esquecem de quanta agressão, no bom sentido, fizeram àquele que era o nosso melhor freguês em termos de comércio exterior: Decidiram comprar aviões de guerra da França, quando as condições americanas eram bem mais favoráveis; deram irrestrito apoio à política nuclear do Irã, e ainda dizem que se mantiveram neutros; na recente decisão da ONU sobre o ditador líbio Muammar Gaddafi apenas declararam que esperavam que tudo fosse resolvido na paz, no diálogo.

            É sabido que o protecionismo à produção nacional é uma obrigação de cada país, pois não pode abrir seu comércio para beneficiar outras nações, em detrimento dos seus concidadãos, que produzem os bens que formam o Produto Interno Bruto. A laranja, por exemplo, tem sido na pauta de exportações brasileiras um item bem importante, mas se não for taxada vai chegar ao destino a preço mais barato do que as produzidas em território americano. Quem sabe o defeito não estaria na nossa política cambial... E com uma política mal elaborada os nossos exportadores tendem a ganhar menos ou até ter prejuízos. Pergunta-se: Por que nosso país não baixa os impostos e contribuições internas, além dos juros, a fim de baratear a nossa produção e, desta maneira, dê condições a que o suco seja consumido no mercado local?

            A China, por exemplo, exporta pro mundo todo porque tem preços compatíveis, menores do que os importadores. O problema é que o Brasil não aguenta baixar impostos (cada vez quer criar outros ou aumentar as alíquotas) uma vez que os compromissos com as folhas de pagamento dos poderes executivo, legislativo e judiciário poderiam ficar ameaçados... isso sem falar na comilança, na roubalheira que já se tornaram práticas incrustadas entre nós.

            Uma coisa com que não concordo de maneira alguma é chamar o Obama de o “homem mais poderoso do mundo”, pois isso é “babar” demais. Vamos tirar a diferença na exportação de petróleo do Pré-sal.

            Peço permissão para embutir nesta crônica um arremedo de soneto que tentei fazer:

 

PRATICANDO SONETO – Mais poderoso do mundo...

 

Praticando Soneto – Maior poderoso do mundo – Em 20.03.2011

 

A tristeza tomou conta de mim,

Quando dos adjetivos tão absurdos,

Senhor, como ultrajar a vós assim,

Melhor que todos nós fôssemos surdos!

 

Clamar Obama  ser mais poderoso,           

Conduz-nos a pensar no fim do mundo,

É querer nos impor como aduloso, (¹)

Esquecer quem na cruz bem moribundo...

 

Morreu nas mãos daqueles vis tiranos,          

Em favor de quem nunca implantou a paz,

Optando pelas guerras, quanto engano...

 

Que ele tenha a maior força talvez, 

Porém de arsenal bélico, voraz,

A dizimar humanos, na avidez.

 

 

(¹) – Bajulador.

 

Perdoai Pai, pois eles não sabem o que dizem nem o que fazem..

 

Ansilgus  

 

Em construção/revisão.             

ansilgus
Enviado por ansilgus em 24/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2868284
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.