Bossuet, Bossuet...
Li Jacques Bossuet através da rede e ele me fez lembrar os nossos humoristas. Grandes tiradas. Pimba, fui para Vaunevargues, tem pérolas, aquelas frases lapidadas até o brilho máximo. Meu Bossuet é de agora, da rede mundial de computadores. Li três frases e digo que li Jacques Bossuet com empáfia gordalhuda. Gostei com esse gostar que as pessoas emitem nos tópicos por enlevo de pura simpatia.
Antigamente, reparem na idade do precoce (Risos) quando li Voltaire, aos três anos de idade, ficava longas horas mergulhado no cinismo cósmico.
Hoje apenas passo para o novo Google Cromo. Percebi que havia entrado em contato com Bossuet, mesmo sem compreender como adicioná-lo na lista dos favoritos. Bossuet ficou fora da lista dos favoritos. Não liguei como não ligaria outros filósofos. Ser chamado de filósofo se tornou pejorativo. Identidade das mais difíceis e mais acessíveis.
Disse o pobre Bossuet que no Egito antigo as bibliotecas eram chamadas de “Tesouros dos remédios da alma”. O mesmo é válido para o computador? Vejo Bossuet com laptop na masmorra completa do isolamento resmungando: Computador tem Harvard, mas o usuário potencial retornou a fase de coleta.
Portanto um pouquinho de Bossuet e em seguida pretendemos liquidar com a existência profunda da vida acadêmica. Bossuet diria: na vida acadêmica o melhor é a vida acadêmica. Pronto. Fórmula para se tornar Bossuet. Cristo e Bossuet tiveram seus últimos dias horrivelmente sofridos. Vamos esquecer esta parte.
Agora, “ser a mulher produto de um osso supranumerário”, Bossuet, para mim é misógina inflexão. Adão perdeu costela, perdeu paraíso, sequer recebeu indenização pelo fato. Drástico. Propõe uma civilização de deserdados econômicos em busca de resultado abstrato inacessível. Bossuet seria um grande camarada de Ortega & Gasset, pois as idéias de ambos são tão estéticas que acabam polindo a superfície. Para mergulhar mais nos dramas temos Edgar Allan Poe, este sem filosofia. Bêbado na fase mórbida do alcoolismo nada tinha de esteta. O quê? Gritam as vozes poderosas das academias. Verdade. Tinha “estrética” misto de tétrico com estética.
Sobre Bossuet e o computador creio que lhe alegraria muito a resposta para seguinte indagação: o que todos irão fazer com tantos arquivos sem que as pessoas tenham a menor vontade de retornarem? Não se pode seguir alimentando arquivo que já temos numa coisa só. São indagações. São indagações que um Montaigne sublimaria deixando como está, que fique assim, tudo em estado crescente. Longe de mim ser Montagne. Ser Montagne é ser o melhor dos filósofos. Nada de viver em tonéis, perder a cor das faces, jogarem fortunas no lixo (recebam com carinho o endereço do lixo cá de casa: rua 10 - número: X) para meditar na miséria total. Nada disso. O melhor é ganhar bem, viver bem, comer bem, pensar bem e navegar. Montagne é uma espécie de Houdini miliardário dos truques com as imagens filosóficas para o viver bem.
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Nosso tempo é o da fenomenologia das imagens.
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