TODO DIA É TODO DIA – PARTE 2
Novembro.
Parece que o mundo está de perna pro ar. As coisas andam acontecendo rápidas demais. Lembro-me de minha mãe contando, quando viu pela primeira vez, uma locomotiva. A cidade inteira foi para o campo, por aonde chegaria o trem de ferro. Quando a “bichinha” apontou ao longe, apitando e soltando fumaça, a cidade inteira saiu correndo e muitos subiram em árvores. Não faz tanto tempo assim para as grandes invenções de hoje!
Os jovens encaram tudo de frente, numa boa. Já os mais idosos, como sofrem! O grande problema são os botões. Não fomos treinados quando o cérebro estava limpo e, agora, entupido de informações, fica complicado. Os netos sim; fazem misérias no computador e, nós com caras de tacho, não sabemos o que fazer.
Os jovens derrubam com facilidade os preconceitos. Os mais velhos sofrem tendo que encarar um casal guei, olham atravessado um casal branco e preto... E, na política? Acham todas as atitudes normais e querem gente nova no poder. Cadê a UDN, o PSD? Tudo renovado, ou melhor, tudo PT.