2010
Existem determinados anos de nossas vidas, dos quais jamais nos esquecemos. Eu particularmente tenho alguns guardados na memória, que nos últimos meses, foi acrescida com mais um: O ano de 2010.
Sem sombras de dúvidas o ano que se passou foi um marco importante na minha história. Foi o ano que para mim, teve como característica a desmistificação da vida e das pessoas.
Em 2010 eu perdi aquilo que restou da minha inocência e que até então, permanecia viva contrariando todas as adversidades, dentro de uma parte da dualidade paradoxal, que já nem sei mais se ainda sou. Falo da menina que há ou havia em mim.
Uma das minhas características mais marcantes, era o poder de acreditar por acreditar sem condições, deixando me guiar apenas pela boa fé que guardava pela natureza humana. Porém, ao final do percurso desses doze meses olho para trás e vejo que essa fé é finda, Já não é mais a mesma de antes. Hoje sei que coisas como a honestidade, a generosidade, a honra... Enfim, o bem externado no caráter das pessoas existe, mas, não é uma constante. Eu aprendi que o bem existe dentro das pessoas, mas que não se pode contar com ele.
Em 2010 a vida saiu vitoriosa e eu desisti da esperança de ser feliz. Resolvi ao invés de esperar alcançar a felicidade, viver o melhor que eu puder com aquilo que tenho. E se der, conseguir um pouco mais. Mas não como uma aspiração afoita de criança, e sim como uma possibilidade relativa.
Pela primeira vez em minha vida, datas que sempre foram para mim especiais: meu aniversário, páscoa, natal, ano novo... Tornaram-se apenas dias no calendário.
No ano que passou, pela primeira vez não senti o cheiro do Natal e a magia se foi. E hoje tenho um coração que pouco ou quase nada chora, o que não é ruim. Mas, em contra partida não consegue sentir muito bem o que sente. Uma vez que a dor, a alegria, a raiva, o amor... as emoções, são dependentes da percepção da mesma sensibilidade.
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“Fadas existem. Elas nada mais são, que a materialização etérea da nossa inocência adormecida no tempo.”
“Toda vez que se deparar com um coração enamorado, ver o sorriso de uma criança, ou sentir o cheiro do Natal. Saiba que ali estará uma fada.”
Acho que em 2010, morreu a última das fadas...