CACO
CACO
Caco é um fragmento de louça. Um pedaço sem valor.
Caco é uma pessoa envelhecida, doente, encarquilhada.
Era assim que “Ele” se denominava. Nada tinha significava naquele dia, naquela noite em que varava pela internet. Tem dias que é assim, a gente se sente sem graça. Principalmente quando se atinge certa idade, quando os desenganos vão conosco à frente e as esperanças vão ficando atrás.
Significado. A vida sem significado é uma vida cinzenta. Sem brilho, sem sol.
Certa idade. Certa idade é uma idade que já não é mais certa. Porque já ultrapassou o tempo de garantia.
Sem graça é aquilo que não faz mais rir.
Desenganos são as desilusões.
Mas a vida é cheia de surpresas. E de repente não mais que de repente, tudo que era nada passa a ser tudo. Tudo que era triste passa a ser festa. E uma caco, um simples caco sem valor, passa a ser um caco de grande valia.
Milagre? Mistério? Magia?
O Milagre do amor.
O Mistério do encontro.
A Magia das emoções.
Um encontro por acaso. Muitas coisas acontecem por acaso. Mas o milagre, o mistério e a magia estão não no mero encontro. Mas em transformar esse encontro numa história, numa música, em esperanças.
“Ele” não é mais Caco porque “Ela” o encontrou.
Juntou os pedacinhos, lustrou depois que remendou. Cadê o Caco? Que Caco? Agora “Ele” é vaso de valor.