MADE IN JAPAN

Série: Crônicas da Natureza

MADE IN JAPAN

*ghiaroni rios

Nossos mais profundos pesares e solidariedade à tragédia recente com o Povo do Sol Nascente.

Como em 19 de março (ano 2011) a Super Lua estará em sua volta elíptica, no perigeu, mais próxima a terra, apocalípticos enxergam aí a causa do terrível terremoto em escala 8,9 ocorrido no Japão. Nada a ver e aproveitem a lua que estará maior que de costume.

Outros tentam fazer terrível ligação com efeitos do aquecimento global. Também nada a ver, pois segundo especialistas o terremoto é fenômeno (interno) e o aquecimento afetaria a terra de forma externa, sem ligação direta com a crosta terrestre. Ou seria (os terremotos) terrível lamento da terra, gaia, respondendo, holisticamente por estar sendo surrupiada e maltratada?

O fato é que as Tsunami estão ficando mais comuns e seus efeitos mais devastadores.

Estarão as autoridades japonesas sonegando informações vitais sobre número de mortos e do desastre nuclear, para, em boa intenção, não espalhar o pânico? Parecem desesperados e, me perdoem, aleatórios os esforços de contenção do material radioativo e de resfriamento dos reatores.

A tecnologia e a globalização permitem, em tempo real, assistir a catástrofes de tal magnitude e admirar e respeitar a fleuma, calma, e organização do ordeiro povo oriental.

O desastre, talvez pior que o terremoto e a onda gigante, o atômico, está em andamento com consequências ainda imprevisíveis. Apenas ironia ser com o mesmo povo que sofreu e amargou o ataque nuclear a Nagasaki e Hiroxima ou mesmo caprichos do destino?

Em épocas de busca de energias renováveis, lado bom da tragédia (se é que existe) é que os países estão revisando seus programas de produção de energia pela força do átomo. Energia “limpa” se não consideramos os graves problemas de armazenamento do combustível utilizado, com seu forte poder de contaminação radioativa. O Brasil com programas de expansão da construção de Usinas Nucleares aprenderá a lição ou, vaidosamente, levará a insana iniciativa adiante?

A nova rosa de Hiroxima estará em lúgubre gênesis, marcando gerações pelo câncer ou a bendita (maldita) tecnologia milagrosa abrirá caminhos novos, é o que se verá!

Custei a descobrir e entender de onde veio o “milagre japonês” que possibilitou aquele povo, arrasado pela segunda guerra mundial a chegar ao estágio de economia avançada em tão pouco tempo. Foi pela escola, pela educação.

Que o eterno sol nascente volte a brilhar e o incansável povo de olhos miúdos consiga reconstruir seu país e encantar o mundo.

Abençoado esse Brasil, confortavelmente instalado no meio de placa tectônica, longe de vulcões, mas com suas mazelas peculiares, dentre elas a violência, a sorrir, faceiro, para o mundo.

O autor é ambientalista/escritor

ghiaroni rios
Enviado por ghiaroni rios em 21/03/2011
Reeditado em 24/03/2011
Código do texto: T2861536
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