CARNAVAL TAMBÉM TEM SUA ÉTICA
De: Ysolda Cabral
Soninha é uma pessoa séria e muito compenetrada. Profissional competente, casada e mãe dedicada de um lindo garoto. Sempre foi uma pessoa alegre e feliz, exceto nesta época do ano, pois adora o carnaval e o esposo nem tanto.
Ano passado o convenceu a ir à belíssima cidade de Olinda, a qual além de ter sido declarada, em l982, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela UNESCO, é também conhecida pela irreverência do seu carnaval de rua, inclusive, um dos mais concorridos e prestigiados do país.
Quando ali chegaram, - juntamente com amigos - os bonecos gigantes, as troças e os blocos já desfilavam a “todo vapor” pelas ladeiras famosas, cheias de encanto e magia, arrastando uma verdadeira multidão.
Minha amiga repleta de alegria e emoção, esquecendo de tudo o mais, até do marido, se deixou, também, “arrastar.” Quem a encontrasse, provavelmente não a reconheceria.
Ledo engano...! Uma semana depois e já de volta ao trabalho...
- Bom dia, alegre foliã!
- Bom dia, senhor diretor. Eu, foliã?! Respondeu a minha amiga, na maior seriedade.
- Ora, ora! Vi a senhora nas ladeiras de Olinda... Quanta animação, hein?!
- Eu?! De jeito nenhum, senhor. Nem de Carnaval eu gosto!
- Mas eu lhe vi e muito animadinha...
Não gostando da insistência e inconveniência do seu empregador, afinal não lhe devia satisfação, além do mais; “coisa” de carnaval é “coisa” de carnaval...
- Ah! O senhor viu foi a minha irmã. Ela adora essa festa!
Ele não se dando por achado observou...
- E ela é a sua cara, é?!
- Claro, somos irmãs gêmeas e da mesma placenta! Respondeu de pronto a minha amiga.
Este ano ele trouxe um convite para a tal “irmã” gêmea desfilar como destaque, num dos maiores blocos de Olinda.
Preciso saber como Soninha se saiu dessa... Hahahahaha