BRASILEIRO... UMA RAÇA, UM POVO

Cada vez mais eu acredito que nada nesse mundo, seja individualmente ou na história da humanidade, acontece por acaso.

Hoje cedo assisti em um telejornal as imagens da visita do presidente Obama ao Brasil e, confesso que fiquei emocionada. Emocionada com a docilidade e a amabilidade do meu povo. Política à parte, eu vi um povo simples, de índole meiga abraçar o que há não muito tempo atrás era inconcebível e por consequência inatingível, como irmão... como parte do grupo. Não falo de políticos, falo do povo.

Aqui entre nós, o povo brasileiro, é só se chegar com carinho e respeito... Sem frescura. E aceitar um cafezinho ou uma água gelada servida no nosso copinho simples do dia a dia, que se é abraçado como parte da família. Ingenuidade¿ Não, eu chamo a isso bondade coletiva.

Nós no Brasil transitamos entre as raças. Somos quase negros, quase brancos, quase índios, enfim... Quase. Poucos aqui têm 100% geneticamente de uma raça definida. Toda raça, seja ela qual for, ao chegar aqui em pouco tempo começa a contribuir para esse “quase” que constitui a maioria étnica do nosso povo, da “Raça Brasileira”. Raça culturalmente multirracial, não importando etnia que individualmente que seus integrantes tenham. Esse é o meu Brasil, o país da miscigenação.

Voltando a teoria de que nada acontece por acaso, eis aí o segredo da nossa alma acolhedora... Miscigenação, por mais que alguns venham negar, requer tolerância. Tolerância leva a cordialidade, receptividade, amabilidade, enfim... E o conjunto de tudo isso, a doçura.

Somos uma nação de miscigenados, na raça, na religião e nas crenças que convive lado a lado pacificamente. Prontos a abraçar o visinho do lado tendo como condição apenas um sorriso. Essa é a verdadeira índole do meu povo, que sempre se revela na primeira oportunidade. Índole que nos conferiu maldosamente o estigma de um povo sem identidade, um povo de “cornos mansos”. Não somos cornos, porém, mansos com identidade diferenciada. Não precisamos de guerras ou tirania extrema para chegar aonde chegamos. Apesar da corrupção e da violência urbana com que ainda convivemos e, com as quais muitos tentam nos rotular, somos um exemplo de garra e tolerância para o mundo.

Ao Sr Barack Obama tenho a dizer: - Independentemente de política e dos frutos que a sua visita ao meu país venham dar no futuro... Obrigada pelo respeito!

Eu tenho orgulho de fazer parte do povo brasileiro!