No mundo da Lua
Naquela madrugada, por volta das três horas, acordei. Pulei da rede, e olhei para o céu! No céu de Salvador, uma nuvem sequer! Estava tranquilo, límpido, prateado, esplendoroso!
A lua, formosa, reinava quase sozinha. Disse quase porque Vênus lhe fazia companhia.
Naquela madrugada quente, diante dos meus fatigados olhos, dois belíssimos espetáculos, tendo o céu como cenário: à minha esquerda, a Estrela Matutina, mais reluzente do que nunca; e à minha direita, a mais bonita lua cheia que vira nos últimos tempos. Uma superlua, luzidia, graúda, exuberante, conquistadora.
Lera nos jornais, que, naquela madrugada, a lua estaria mais perto da Terra. Um fenômeno - o perigeu lunar - que só acontece a cada 18 anos. Do último, em março de 1993, eu não me lembrava.
Fiz imediatamente os cálculos - eu vivo a fazer cálculos, toda vez que se anuncia que este ou aquele fenômeno sideral só volta a acontecer daqui a tantos anos - fiz os cálculos, redigo, e certifiquei-me de que daqui a 18 anos, em 2029, portanto, o ano do novo perigeu, já terei partido...
No perigeu, a lua se aproxima da Terra; fica 30 por cento mais brilhante; e seu tamanho aumenta em 14 por cento, dizem os astrônomos.
Não hesitei em acompanhá-la na calada madrugada de 20 de março de 2011. E a abracei, acreditando, piamente, que, de fato, ela estava mais perto de mim. Ora, quem não quer ver a lua bem de pertinho?
Depois do perigeu, ela retorna ao apogeu, ficando, segundo ainda os astrônomos, a 405.696 quilômetros da Terra.
Amo a lua. Não é preciso ser poeta para dizer que a ama, cortejando-a, com lindos versos.
Na prosa, ela também pode ser cantada, admirarda, desejada, cortejada. Ainda que se possa dizer que o prosador esteja, momentaneamente, no mundo da lua...
Pra mim, que odeia a balburdia provocada pelos terráqueos no seu planeta, a lua, porque é silenciosa, me conquista, me encanta, me atrai.
"A lua é o mundo do eterno silêncio", disse alguém, citado por Malba Tahan, no seu livro "Belezas e Maravilhas do Céu". Para o autor de O homem que calculava, "ela é a eterna silenciosa".
Seria, alegremente, um selenita. Deixo, pois, aqui, a mensagem de um sohador (lunático?), escrita quando a lua quase beijou a Terra.
Naquela madrugada, por volta das três horas, acordei. Pulei da rede, e olhei para o céu! No céu de Salvador, uma nuvem sequer! Estava tranquilo, límpido, prateado, esplendoroso!
A lua, formosa, reinava quase sozinha. Disse quase porque Vênus lhe fazia companhia.
Naquela madrugada quente, diante dos meus fatigados olhos, dois belíssimos espetáculos, tendo o céu como cenário: à minha esquerda, a Estrela Matutina, mais reluzente do que nunca; e à minha direita, a mais bonita lua cheia que vira nos últimos tempos. Uma superlua, luzidia, graúda, exuberante, conquistadora.
Lera nos jornais, que, naquela madrugada, a lua estaria mais perto da Terra. Um fenômeno - o perigeu lunar - que só acontece a cada 18 anos. Do último, em março de 1993, eu não me lembrava.
Fiz imediatamente os cálculos - eu vivo a fazer cálculos, toda vez que se anuncia que este ou aquele fenômeno sideral só volta a acontecer daqui a tantos anos - fiz os cálculos, redigo, e certifiquei-me de que daqui a 18 anos, em 2029, portanto, o ano do novo perigeu, já terei partido...
No perigeu, a lua se aproxima da Terra; fica 30 por cento mais brilhante; e seu tamanho aumenta em 14 por cento, dizem os astrônomos.
Não hesitei em acompanhá-la na calada madrugada de 20 de março de 2011. E a abracei, acreditando, piamente, que, de fato, ela estava mais perto de mim. Ora, quem não quer ver a lua bem de pertinho?
Depois do perigeu, ela retorna ao apogeu, ficando, segundo ainda os astrônomos, a 405.696 quilômetros da Terra.
Amo a lua. Não é preciso ser poeta para dizer que a ama, cortejando-a, com lindos versos.
Na prosa, ela também pode ser cantada, admirarda, desejada, cortejada. Ainda que se possa dizer que o prosador esteja, momentaneamente, no mundo da lua...
Pra mim, que odeia a balburdia provocada pelos terráqueos no seu planeta, a lua, porque é silenciosa, me conquista, me encanta, me atrai.
"A lua é o mundo do eterno silêncio", disse alguém, citado por Malba Tahan, no seu livro "Belezas e Maravilhas do Céu". Para o autor de O homem que calculava, "ela é a eterna silenciosa".
Seria, alegremente, um selenita. Deixo, pois, aqui, a mensagem de um sohador (lunático?), escrita quando a lua quase beijou a Terra.