NUNCA GANHEI NADA ! ! !



Não sei exatamente, desde quando trago esse fascínio pelas palavras. Lembro-me de ter cinco ou seis anos e me ver sentada na porta do armazém de meu avô, lá na vila onde passei minha infância, tentando juntar as letrinhas mágicas de cada coisa que via em cima das prateleiras.
Ah, como me recordo do primeiro dia de aula, na única escola existente no local. Uma só classe, acomodava os meninos e as meninas, que sentavam em carteiras duplas. Foi ali, naquela sala simples, desprovida de qualquer luxo, mas provida de uma mestra querida e muito respeitada por todos da vila, que adentrei o universo tão sonhado, e dei meus primeiros passos para desvendar os mistérios encantados das letras.
Como foi bom, quando finalmente pude ler, além de somente apreciar as figuras, dos livros infantins que minha mãe me trazia todo mês quando à trabalho ia até à cidade de São Paulo. Nunca vou esquecer, o dia que sozinha consegui decifrar o título de um deles: "O doce que acalenta". Era uma fábula, entre o açucar e o sal. Lembro-me até hoje, das gravuras que havia no livro de capa azul.

Mesmo com um interesse imenso e prematuro pelas letrinhas, nunca fui, nem de longe a primeira aluna da classe, e nunca ganhei sequer uma medalha em nada. Era, posso dizer, uma aluna muito participativa em todas as aulas, desde cedo mostrei esse meu lado de estar sempre inteira em tudo que faço. Mas, brilhante, ah, isso nunca fui!

Por isso, hoje estou feliz e surpresa. Há dois meses recebi o convite para participar, escrevendo crônicas em um site que se chama, BVIW TECENDO LETRAS. O nome, ah, o nome já me encantou!
Tecendo Letras. E lá fui eu conhecê-lo, e fiquei mais encantada ainda ao ler os textos ali postados.
E pensei: Eita, será que dou conta? Mas, como não sou de recuar. Fui em frente.

Não é que ontem, após, participar da minha terceira rodada de crônicas, que são lidas e votadas pelas escritoras do site. Eu ganhei o "OURO". E nas outras duas rodadas que participei ganhei o PRATA !

Ah, estou super feliz!!! Já liguei cedinho pra Nova York, pra contar pro filho, e ele também muito feliz por mim, disse brincando: "e mãe, tá ganhando mais prêmios que eu em! Liguei pra filha, que muito contente, me convidou pra almoçar, hoje. E o marido, todo coruja, quando foi a padaria logo cedo comprar nosso café da manhã, trouxe de presente um buque de flores.

Pois é, as letrinhas que muito cedo me fascinavam, continuam cada dia mais fazendo parte de minhas horas. Hoje, escrever é tão importante para mim, quanto respirar, é por isso, que os filhos e o marido, sensíveis e conhecedores desse meu amor pela escrita e leitura, me dão essa atenção especial e me incentivam tanto.

Quando digo que me sinto fascinada pelas palavras, não significa que a recíproca seja verdadeira. Somente elas (palavras) são bondosas, e se deixam levar por minhas mãos que não são tão hábeis e nem tão inspiradas.

Eu, estou aqui, curtindo o meu prêmio, e nem estou perguntando se realmente mereci. Ah, tô não! Vai que descubro que não!!
Estou só babando, e só vou sair pra almoçar, e depois volto pra lustrar o ouro que ganhei. rs.

Lenapena
Enviado por Lenapena em 20/03/2011
Reeditado em 13/11/2011
Código do texto: T2859660