Idéias e bolso
"Ninguém se elege por suas idéias, mas pelo tamanho do seu bolso". Desabafou o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, em uma entrevista concedida á revista Veja há algum tempo.
Arruda foi acusado ano passado de fazer parte do Mensalão do DEM, visto em imagens recebendo dinheiro de um funcionário do governo. O dinheiro era para financiar campanhas e comprar votos, claro.
Nessa entrevista, contudo, ele integrou outros colegas: Agripinio Maia, Demóstenes Torres, Marco Maciel, etc. Todos eles teriam aceito dinheiro sujo para suas campanhas. Isso é normal, essa é a sua mensagem.
Muito se falava sobre a reforma política. Pois o financiamento das campanhas deve ser uma das questões mais debatidas dentro da reforma. Se isso será feito, não sei. A reforma, fruto da insastifação popular com a atitude de nossos políticos, foi picotada e colada. Hoje, o projeto de reforma política, de saneamento da política, é liderado por nomes "suspeitos", como o senador José Sarney, por exemplo.
Ao que tudo indica, a reforma é mais uma idéia que na prática perdeu para o tamanho do bolso. Isso é normal, mas devia realmente ser?