A ROLHA PERFEITA PARA A USINA DE FUKUSHIMA
Lembro-me que aos sete anos, eu e meu pai, o saudoso Tenente Nilo, tínhamos longas conversas observando o céu, à noite, da janela de nosso apartamento no bairro Glória, em Vila velha, Espírito Santo. Diante das minhas indagações sobre, por exemplo, por que a lua não se espatifava caindo na Terra, ele pacientemente me explicava tudo sobre a força de equilíbrio entre os corpos celestes. Assim aprendi muito sobre as galáxias, os planetas, os satélites, cometas e asteróides. Creio que vem dessa época, o meu fascínio sobre as coisas do universo.
Ele “partiu” em 1994, sem mesmo realizar o seu sonho de assistir à virada do século e agora, quando as mídias nos informam, diariamente, sobre os fenômenos que impactam diretamente a vida na Terra, infelizmente eu não o tenho mais e só me resta fazer algo que ele sempre me incentivou: aprender a aprender.
Seguindo seus ensinamentos, tenho buscado entender o que aconteceu recentemente no Japão e, naturalmente, sou levada a pesquisar sobre as placas tectônicas. Descobri que elas são gigantescos blocos, que compõem a litosfera, ou seja, a camada sólida externa da Terra. Encontrei uma relação de dez placas principais: a do Pacífico, a Nazca, a Sul Americana, a Norte Americana e do Caribe, a Africana, a da Antártida, a Indo-australiana, a Europeia Ocidental, a Europeia Oriental e das Filipinas.
São essas placas que sustentam os continentes e os oceanos, mas como o núcleo do nosso planeta é composto por uma massa incandescente chamada de magma; esse material acaba movimentando-as, fazendo com que colidam ou se afastem umas das outras. Nessas ocasiões elas se afundam alguns milímetros, modificando o contorno do relevo terrestre, deslocando grandes quantidades de água dos oceanos e dando origem aos tsunamis, como aquele que devastou, recentemente, a cidade de Sendai no Nordeste do Japão.
As imagens que nos mostram as TVs e a internet sobre o durante e o pós-tusnami são impressionantes, pois revelam a força da natureza e a nossa impotência perante ela. Em meio a tanta desgraça, prejuízos, apagões, racionamentos e frio, os japoneses ainda têm que conviver com a ameaça atômica, decorrente das explosões de reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, e o fazem com muita dignidade, demonstrando educação e cultura ímpares.
Não entendo quase nada de energia nuclear, mas sei que o emocionante sacrifício dos homens que estão se expondo a níveis altíssimos de radiação atômica, tentando conter a sua disseminação para o resto do país e demais continentes, pode ser em vão. Presumo que cada herói terá um fim doloroso e que as demais pessoas contaminadas também.
Enquanto isso, nós que estamos quase a salvo sobre uma parte bem compacta da placa Sul Americana, temos de conviver com um bando de filhos de éguas que estão pouco se lixando para o bem das pessoas. As cadeias estão infestadas de facínoras, de vagabundos, de ladrões, de traficantes e de pestes capazes de estuprar e/ou matar criancinhas. E o pior é que todos eles são sustentados pelos meus e os seus impostos, meu leitor.
Antigamente, quando não gostávamos de alguma pessoa, nós dízimos: “Vá para China!”. Hoje, ao entender que direitos humanos só devem ser aplicados a quem possa ser considerado assim, eu proponho que os governantes do mundo inteiro, abram suas cadeias, fretem aviões e lotem-nos com seus desumanos. Se eles perguntarem alguma coisa, basta dizer: “Você vai para o Japão, cara!”. Uma vez sobre Fukushima, bastará abrir as portas e despejar a carga em cima do 3º reator. Garanto que a rolha será muito maior que a usina.
P.S.1 Um novo amigo aqui do Recanto das Letras me sugeriu algo mais barato e transcrevo na íntegra:
"Minha cara amiga, permita que assim a chame: onerar jamais. Da condenação à execução vai uma baba de responsa. Prisão perpétua? Aí é que vai dinheiro às pencas. Enviar o meliante de avião? Sabe quanto isso vai sair levando em conta o mensalinho em anexo à licitação? Nada disso, deixa como está para ver como é que fica. Enterra vivo na vertical e de cabeça para baixo. Se cavucar com as unhas, sai lá no Japão. E grátis. É mais ou menos assim que se(?) está fazendo. Um ósculo e um amplexo. Claro que gostei."
P.S.2 Esse consegue ser mais perverso do que eu, não é não? Rs,rs,rs...