TSUNAMIS DENTRO DE UM OVO KINDER
TSUNAMIS DENTRO DE UM OVO KINDER
(Autor: Antonio Brás Constante)
Um indivíduo resolve chocar seu automóvel em um punhado de ciclistas, provavelmente entendendo de forma errada a frase: “colabore para que haja mais união no trânsito”. Um caminhão perde o controle e se choca contra um ônibus. Placas tectônicas se chocam lá no fundo do oceano, espalhando catástrofes por todos os cantos do mundo, muitas dessas catástrofes sendo levadas ao sabor dos ventos e das marés (saborzinho bem amargo por sinal). São tantos choques que às vezes parece que nossas vidas não passam de um metafórico ovo que precisa ser constantemente chocado (voluntária ou involuntariamente).
Novos acontecimentos ficam saltitando que nem pipoca ao redor de nosso redondo planeta, trazendo chocantes surpresas, agradáveis ou não. Trágicas ou não. Fantásticas ou não. Corriqueiras ou não. Perdemos as contas de quantas vezes o ovo em questão se transforma em um perverso abacaxi, difícil de descascar, ou talvez algo ainda mais complicado que isso, como, por exemplo, tentar tirar a pele de pêssegos verdes, utilizando luvas de boxe nas mãos.
A cada dia que acordamos (com exceção do carnaval, pois muitos não dormem neste período), nos deparamos com todo tipo de acontecimentos (que somente a internet com toda sua agilidade e velocidade de seus cabos de fibras óticas consegue nos oferecer). É como se um ovo kinder em formato de caixa de pandora fosse aberto a todo o momento, diante de nossos incredulamente crédulos olhinhos piscantes.
Confesso que para mim está parecendo que as tragédias andam ganhando força nos últimos tempos, literalmente. Acho inclusive que elas andam tomando anabolizantes cataclísmicos, tão nocivos quanto estes que algumas criaturas injetam no próprio corpo, adoecendo para aparentarem estar saudavelmente saradas.
Se antes era noticiado que alguém tinha atropelado um ciclista na rua, agora se atropelam vinte cinco ciclistas de uma vez só (esperamos que isto não venha a servir de incentivo a outros malucos de plantão, transformando o fato em algum tipo de evento esportivo, parecido com o boliche, só que bem mais hediondo).
Antigamente os noticiários falavam de ruas alagadas e até de bairros alagados, mas ultimamente são cidades inteiras submersas pela força descomunal das águas. É como se a natureza resolvesse afogar as magoas, juntamente com quem estiver pelo seu caminho.
Até os eventos de grandes proporções como os terremotos parecem que andam tentando bater seus próprios recordes na escala Richter. E o que é pior, ao ser “presenteado” com um terremoto, os habitantes ainda são contemplados com um Tsunami de brinde. Ou seja, cada vez que o mundo perde (o controle), a população acaba ganhando de lavada um Tsunami (para desespero geral). A propósito, no meu tempo chamávamos os Tsunamis de maremotos, mas talvez alguma grande empresa fabricante de motos não tenha gostado desta junção de palavras: “mar” e “motos”, achando que isto poderia depreciar seus produtos e então os paredões de água passaram a ganhar um nome mais fashion, agora eles são Tsunamis.
Enfim, a indigesta raça humana (a qual pertencemos, e sofremos com seu sofrimento) ao que parece vem favorecendo o surgimento de certas indisposições nas estranhas entranhas de nosso planeta (vai saber se todas aquelas tantas explosões e testes nucleares não prejudicaram de alguma forma a crosta terrestre). Um planeta que parece estar fazendo faxinas climáticas, como quem tenta limpar a incômoda sujeira do próprio rosto, varrendo com a força natural de sua descomunal natureza a nossa atual presença de sua sofrida face terrena.
NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, o livro impresso está disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou se quiser fazer parte de minha lista de leitores, para receber semanalmente meus textos, basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.
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