QUANDO AS PALAVRAS NOS LIBERTAM

Publicada inicialmente no meu blog "Tempus Fugit" instalado no Portal de Garça (http://www.blog.portaldegarca.com.br/fagnersitta)

O poeta Letterio Santoro relata em uma de suas crônicas a experiência de um de seus amigos do tempo do seminário, José Moreira, que vem tentando incentivar nos seus o gosto pelo aprendizado do Latim.

Mas para quê, deve se perguntar o leitor, aprender uma língua que já é tida como morta? Bem, talvez o leitor só fique mesmo (e espero) pensando que isto é ideia de sonhador, de quem anda com a cabeça nas nuvens, mas o que propõe o amigo do poeta vai além, ele quer incentivar os seus a conhecerem o coração das palavras.Confesso que fiquei há alguns dias numa espécie de esfera de encantamento ao saber que a palavra latina liber pode ser traduzida tanto como sendo livro ou livre. Na verdade, esse encanto veio pela redescoberta de algo que intimamente já sábia, pois há muito sei que os livros nos libertam.

Claro que a literatura, assim como as suas outras irmãs, as diversas formas de Arte, não irá curar todos os nossos males, mas o conhecimento fará com que possamos nos sentir melhores espiritualmente, fazendo com que o nosso mundo fique maior a cada descoberta.

Algumas expressões dessa língua são muito conhecidas e utilizadas hoje, um exemplo clássico seria o Carpe Diem. A expressão latina que literalmente quer dizer colhe o dia que nos é dado é muito usada em comunidades de redes sociais da Internet, escrita por jovens e até usada como tatuagem.

Também há a expressão Tempus Fugit, que utilizei para batizar o meu novo blog, que foi usada por Virgílio nas Geórgicas e lembra o Carpe Diem. Pois, se Carpe Diem diz para colhermos o dia que nos é apresentado, Tempus Fugit diz que o tempo escapa, foge rapidamente e, por isso, deve ser aproveitado.

Na mesma crônica o poeta Letterio cita o exemplo da amiga poetisa Franciele Morgado que demonstrou interesse pelo aprendizado do Latim. Quantos mais pela mesma crônica (e até este que vos escreve deve reconhecer) também não ficaram interessados, se não pelo aprendizado da língua, em conhecerem algumas expressões, muitas delas usadas em brasões, citações, no Direito, etc.

Talvez isso pareça leviano, coisa de gente sonhadora, pois hoje vemos várias pessoas que querem aprender outra língua por questões de trabalho e o que foi proposto tem apenas um fim, o intelectual. Mas não é. Somos, realmente, libertados pela ação transformadora das palavras. E, vezes, são necessárias apenas algumas para que tenhamos a eternidade garantida.

Com isso, retorno ao que havia escrito sobre a raiz das palavras livro e livre. Só que para alguém que está acostumado a devorar livros, histórias em quadrinhos desde pequeno é apenas uma forma de relembrar que as palavras libertam. E também não é difícil pensar na figura de um livro, que nem um pássaro galgando o azul, levando leitor para lugares desconhecidos, porém amigos

Bela idéia a do amigo do poeta, pois este acabou por contagiar os seus amigos mais próximos e estes, dando prosseguimento aos ensinamentos do mestre, acabaram por também contagiar outras pessoas fazendo com que estes conhecessem algumas frases, poucas palavras, só para deixar a vida maior e melhor, o que não custa nada.

Então, caro leitor, por que não embarcar também nesta nau latina que zarpou do pensamento do amigo do poeta e que aos poucos, a cada porto, vai recebendo novos passageiros?

Esta é apenas uma semente lançada da qual aquele que a plantou vai colhendo alguns frutos. E por falar em colheita, amigo leitor: Carpe Diem!

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 18/03/2011
Reeditado em 18/03/2011
Código do texto: T2855773
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