UM POSSÍVEL IDIOTA......

Nasceu o menino pela “delivrance” da mãe e fomentado pelo “íus sanguinis” que o acompanhava na dupla cidadania. Viu acionada uma varinha de condão que o afastou da idiotia. Muitos não escaparam dela, doença genética avassaladora. Ele ganhou uma espécie de “habeas corpus” quando nasceu sob essas trovoadas científicas, recebeu um instrumento processual inibidor do cerceamento de liberdades, principalmente as cerebrais, chamado popularmente de salvo-conduto a ferramenta jurídica. E essa autenticação de que se livrou da idiotia, veio com sua jornada, arredio a professores e mestres, tudo aprendendo nos livros e com exemplos de seu pai, trabalhando aos dezoito anos mesmo sendo o pai um homem de posses, pagando do seu bolso o clássico que fez e cursando após vestibular, faculdade pública onde praticamente ia só fazer provas e dava cola para todos os que necessitavam. Aprendeu tudo sozinho, nos livros, é assim até hoje, livros que podem e devem ser lidos.

Nasceu contrariando a ciência, quando a mãe tinha tinha quarenta e um anos, coincidentemente em 1941. O personagem tem setenta e seis quilos, praticamente de músculos, desde os trinta e cinco anos com esse peso e um metro e oitenta de altura, sendo uma pessoa normal que sempre fez por necessidade pessoal e corporal exercícios, todos, de futebol a motociclismo e lutas marciais, por prazer, correndo diariamente ao menos dois mil metros e caminhando uma hora, já tendo feito até sessenta anos anos dezessete quilometros de corrida cinco dias por semana, impedido pelo joelho de continuar. Chegou até esta data inteiro, tomando ao menos duas boas taças de um “rosso” toscano ou chileno todo dia, comendo saudavelmente e por gosto próprio muito peixe na forma japonesa todo dia, muito azeite como o siciliano faz e muita salada como o português. Por gosto e paladar, é um degustador.....

Qual a razão da descrição pessoal desse cidadão? Toda a ciência na época do nascimento nessa temporalidade em dar a luz, tinham como quase certo o nascituro ser ao menos idiota, não um patológico agressivo inserido nas anamneses feitas pela psiquiatria, esquizofrenia, etc, mas ao menos um idiota. Sim o risco era grande para este cidadão.....sem dúvida. Assim se posicionava a ciência naqueles primórdios longevos...... Um pouco antes, faz oitenta anos, se combatia infecção pelo sangramento da canela, não havia nem penicilina. A parturiente não era primípara idosa, mas idosa para o parto. No colégio a professora primária dizia que não podia se perder aquele menino...Por quê? Por ser muito levado e esperto demais, dizia, e fugir das obrigações do colégio como fugia dele mesmo, aos cinco anos, era só dar sopa com o portão aberto que em minutos em disparada vencia os dois quarteirões que distanciavam o colégio de sua casa.

Assim, ainda muito jovem, foi investido ineditamente em alta função social no Estado em que morava, passou em um concurso público onde de dois mil passam em média dez. E nessa função, com tempo de serviço público satisfatório, recusou os mais altos cargos pela liberdade de querer correr mundo e satisfazer suas curiosidades todas, e de ser um profissional liberal de ponta, um consultor eletivo do que queria fazer.

Estava a ciência equivocada em suas teses no curso da história. Escapou da idiotia o menino, mas nem todos são salvos, lamentavelmente, o que é triste. Foi a sorte que teve.............com a genética, por isso nunca foi pedante, nunca aspirou superioridade, pois sabe que nada saberá do que quer saber e poderia apreender, mas desígnios maiores não permitem, mas sabe também que não possue disfunção de apreensão que acomete a idiotia, o que agradece ao bom Deus todo dia.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/03/2011
Reeditado em 29/03/2011
Código do texto: T2853918
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