O pedófilo mora ao lado?
Recentemente li uma crônica intitulada “O pedófilo mora ao lado”, onde a autora destila sua raiva contra as pessoas “velhas”, em um texto sobre a pedofilia.
A autora dá a entender que somente os velhos (“grisalhos”, “velhos-novos e velhos-velhos”, “sessentão”, “velhos babões”) são pedófilos, chegando ao ponto de discriminar e apontar como pedofilia o relacionamento entre um homem de sessenta anos e uma mulher de vinte anos.
Não vamos misturar as coisas!
Pedofilia é o termo utilizado para definir o “distúrbio de sexualidade caracterizado por predileção de adultos pela prática de ato sexual com crianças”. É considerada um transtorno mental (CID-10), não significando que o pedófilo seja doente mental ou retardado.
E não são somente os “velhos” que são pedófilos. Qualquer adulto – idade acima de 18 anos – pode ser um pedófilo, caso ele tenha predileção sexual por crianças ou adolescentes.
A caracterização de pedofilia não se dá pela grande diferença de idade entre duas pessoas! Um rapaz de 18 anos que mantenha relações sexuais com uma adolescente de 13 anos pode ser considerado um pedófilo. A pouca diferença de idade, 5 anos, não é justificativa para esse comportamento.
Mas um homem (ou mulher) de 70 anos que se case com uma mulher (ou homem) de 30 anos, não é pedófilo. A grande diferença de idade, 40 anos, não é desculpa para que alguém aponte esse relacionamento como sendo pedofilia. A pessoa pode até ter seus preconceitos, mas não venha distorcer e querer enquadrá-los como sendo uma indignação justa.
Pedofilia é um caso sério! E devemos tratá-la com seriedade. Há no Brasil, cotidiana e rotineiramente, casos envolvendo crianças e adolescentes, que são explorados e assediados por pais, mães, parentes, professores, padres, médicos e autoridades. Crianças que têm sua infância roubada para satisfazer os instintos doentios de pessoas totalmente desprovidas de qualquer sentimento. É doloroso ouvir e ler a respeito de mães que vendem suas filhas para satisfazer homens adultos, em troca de dinheiro ou drogas. Não há pobreza no mundo que justifique esse comportamento.
Mas não devemos esquecer que crianças e adolescentes de famílias ricas e bem situadas na vida também são vítimas de situações similares. Só não aparecem na mídia por influência e poder do dinheiro que essas famílias possuem.
A pedofilia e envolvimento com ela independente de classe social, religião ou credo. É uma parte negra da natureza humana.
Vamos nos indignar. Vamos denunciar. Não devemos ser complacentes e aceitar a situação.
No site www.todoscontraapedofilia.com.br, há várias informações sobre o assunto. O texto a seguir foi retirado de um artigo do Promotor de Justiça Carlos José e Silva Fortes
“O termo “pedofilia” é uma palavra formada pelos vocábulos gregos “pedos” (que significa criança ou menino) + “filia” (inclinação, afinidade), que deve ser entendido em suas duas conotações:
“No campo jurídico a “pedofilia” pode ser definida como o abuso de natureza sexual cometido contra criança, mas atualmente não existe na legislação brasileira tipificação específica de um delito que tenha o nomem juris de “pedofilia”, embora o termo já tenha sido usado em documentos oficiais, v.g.: no artigo 3º do “Acordo de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Panamá, no campo da Luta Contra o Crime Organizado”, quando se refere ao intercambio de informações e dados, bem como tomada de “medidas conjuntas com vistas ao combate às seguintes atividades ilícitas”:... “atividades comerciais ilícitas por meios eletrônicos (transferências ilícitas de numerário, invasão de bancos de dados, pedofilia e outros)”; no anexo 1, nº 143, do Decreto 4.229, de 13/05/2002 (DOU 14.05.2002), que dispõe sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH, quando se refere “Combater a pedofilia em todas as suas formas, inclusive através da internet”; etc. “