ESPELHO DA VIDA
Levantei-me e me olhei no espelho. Sempre faço isso quando acordo. Mais hoje foi diferente. Não foi como das outras vezes em que eu ainda sonolento lavava o rosto e olhava minha imagem refletida. Hoje vi mais que isso. Vi que estou horrível!
Tenho cinquenta e cinco anos mais sempre me senti mais jovem que a idade que tenho. As pessoas têm tendência a se auto- avaliar pela idade. Eu não. Sempre tive a sensação de ter pelo menos uns vinte anos.
No entanto, hoje ao levantar foi diferente. Quando vi meu rosto no espelho percebi rugas e pés de galinha que nunca havia notado. Até alguns fios de cabelo branco também percebi. É certo que com o passar do tempo minha cabeleira de jovem não é mais a mesma, tornou-se rarefeita na região frontal, como a pequena área de um campo de futebol, onde o goleiro costuma ficar pisoteando, razão pela qual a grama acaba desaparecendo.
Fiquei por longos e intermináveis minutos me olhando e me perguntando o que fiz de mim. O tempo passou e relaxei comigo mesmo sem me dar conta, deixando aquela forma física de outrora para trás. Bem sei que com o passar do tempo a pele perde o brilho, a musculatura se ressente do tônus e até o olhar fica diferente.
O que me deixou apreensivo naqueles momentos diante do espelho é que eu, que me sentia com trinta e cinco anos estou com um aspecto de quem tem sessenta e cinco, ou seja, mais dez anos além da minha idade real.
Bem sei que nunca fui dado a cuidar minuciosamente de mim, movido pela vaidade. Só o trivial: sempre bem limpo, barba sempre bem feita, um perfume aqui ou ali para causar boa impressão. Sempre me preocupei de, estando ao lado de alguém, seja homem ou mulher, não deixar exalar do corpo cheiro acre de suor. Da mesma forma sempre cuidei da higiene oral, pois acho deprimente quem exalam hálito ruim.
Vejo hoje em dia homens que vão para salões de beleza fazer limpeza de pele, aparar as sombrancelhas – eu aparo as minhas com tesoura, pois acho horrível sombrancelhas com aqueles fios longos – mas não depiladas, isso não. Vejo por aí homens com rostos praticamente femininos. Não chego a esse ponto. Cuido da higiene pessoal e ponto final.
O certo é que relaxei do físico. Não bebo e nem fumo o que não foi suficiente para que eu hoje estivesse conservado. Existem outros fatores depreciativos como o sedentarismo, o mau hábito alimentar e outras considerações.
Tomei uma decisão: Divorciei-me da Coca-Cola e das guloseimas que ao longo dos anos me presentearam com um quadro de diabetes. Estou a todo custo e gradativamente me afastando das delícias que causam gula aos olhos e vou retomar as caminhadas matinais. Comecei a manter um relacionamento mais estreito com folhas, verduras e frutas, na esperança de retomar pelo menos uns dez anos dos vinte que perdi.
Ah! Outra decisão importante que tomei: Doravante ao levantar pela manhã, evitarei olhar-me no espelho sistematicamente como fazia antes. Não quero desenvolver a neurose de que o espelho tem que me mostrar o que eu quero ver. É um processo gradativo. Lentamente sei que começarei a me sentir bem. Como a alguns anos atrás.
Levantei-me e me olhei no espelho. Sempre faço isso quando acordo. Mais hoje foi diferente. Não foi como das outras vezes em que eu ainda sonolento lavava o rosto e olhava minha imagem refletida. Hoje vi mais que isso. Vi que estou horrível!
Tenho cinquenta e cinco anos mais sempre me senti mais jovem que a idade que tenho. As pessoas têm tendência a se auto- avaliar pela idade. Eu não. Sempre tive a sensação de ter pelo menos uns vinte anos.
No entanto, hoje ao levantar foi diferente. Quando vi meu rosto no espelho percebi rugas e pés de galinha que nunca havia notado. Até alguns fios de cabelo branco também percebi. É certo que com o passar do tempo minha cabeleira de jovem não é mais a mesma, tornou-se rarefeita na região frontal, como a pequena área de um campo de futebol, onde o goleiro costuma ficar pisoteando, razão pela qual a grama acaba desaparecendo.
Fiquei por longos e intermináveis minutos me olhando e me perguntando o que fiz de mim. O tempo passou e relaxei comigo mesmo sem me dar conta, deixando aquela forma física de outrora para trás. Bem sei que com o passar do tempo a pele perde o brilho, a musculatura se ressente do tônus e até o olhar fica diferente.
O que me deixou apreensivo naqueles momentos diante do espelho é que eu, que me sentia com trinta e cinco anos estou com um aspecto de quem tem sessenta e cinco, ou seja, mais dez anos além da minha idade real.
Bem sei que nunca fui dado a cuidar minuciosamente de mim, movido pela vaidade. Só o trivial: sempre bem limpo, barba sempre bem feita, um perfume aqui ou ali para causar boa impressão. Sempre me preocupei de, estando ao lado de alguém, seja homem ou mulher, não deixar exalar do corpo cheiro acre de suor. Da mesma forma sempre cuidei da higiene oral, pois acho deprimente quem exalam hálito ruim.
Vejo hoje em dia homens que vão para salões de beleza fazer limpeza de pele, aparar as sombrancelhas – eu aparo as minhas com tesoura, pois acho horrível sombrancelhas com aqueles fios longos – mas não depiladas, isso não. Vejo por aí homens com rostos praticamente femininos. Não chego a esse ponto. Cuido da higiene pessoal e ponto final.
O certo é que relaxei do físico. Não bebo e nem fumo o que não foi suficiente para que eu hoje estivesse conservado. Existem outros fatores depreciativos como o sedentarismo, o mau hábito alimentar e outras considerações.
Tomei uma decisão: Divorciei-me da Coca-Cola e das guloseimas que ao longo dos anos me presentearam com um quadro de diabetes. Estou a todo custo e gradativamente me afastando das delícias que causam gula aos olhos e vou retomar as caminhadas matinais. Comecei a manter um relacionamento mais estreito com folhas, verduras e frutas, na esperança de retomar pelo menos uns dez anos dos vinte que perdi.
Ah! Outra decisão importante que tomei: Doravante ao levantar pela manhã, evitarei olhar-me no espelho sistematicamente como fazia antes. Não quero desenvolver a neurose de que o espelho tem que me mostrar o que eu quero ver. É um processo gradativo. Lentamente sei que começarei a me sentir bem. Como a alguns anos atrás.
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Proibida a cópia ou a reprodução sem prévia autorização.
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