LARA
LARA
Minha cachorra, Lara, fêmea de pastor alemão, quando veio para casa,ainda filhote, deu um trabalho danado.
Destruiu parte da casa, jardim, roupas, etc.
Em uma fase de seu crescimento, apesar de inúmeras tentativas de adestramento, começou a se tornar insuportável, latia a noite, arranhava as portas querendo entrar em casa, de qualquer maneira. Latia, latia...
Até que, em uma noite, não aguentando mais as reclamações, resolvi levá-la para o departamento de adoções da Zoonoses (Carrocinha), de São Paulo.
Coloquei-a no carro e lá fomos nós, perto das 24 horas de um dia que não gosto muito de lembrar.
Lá chegando, deixando-a no carro, no banco de trás, com os vidros semi abaixados fui conversar com o vigia que estava de plantão e perguntei-lhe o que teria que fazer para deixá-la lá.
- É essa cachorra que está no carro?
- É sim.
- Pode deixar aqui.
- E o que vai acontecer com ela?
- Vai ficar no setor de adoção por uma semana.
- E depois?
- Bem, se nesse período não aparecer ninguém que fique com ela será sacrificada junto com os outros que não conseguem adoção.
- Sacrificada? Como?
- Na câmara de gás. Mas não vai sofrer muito. É rápido. Pode ir buscá-la, eu vou abrir o portão.
- Fui até o carro, entrei, liguei o motor e vim para casa, com a Lara, dando um rápido tchauzinho para o vigia que ficou um pouco surpreso com a minha atitude.
A Lara continua comigo, está muito, muito mais calma, não destrói mais nada, late, ainda, somente por um bom motivo.
Às vezes me pergunto, será que ela ouviu a minha conversa com o vigia?
Se ouviu ou não já lhe pedi desculpas um milhão de vezes...