O CACHORRO DE RUA
Tinha acabado meu turno no Hospital que presto trabalho voluntário. E esperava em frente ao hospital, por minha filha. Combinamos de almoçar juntas, o tempo é curto, pois ela tem que voltar logo para o trabalho, mas dá para batermos um papinho gostoso, saboreando uma refeição natural.
Enquanto estou ali a espera, um cão de rua parou à minha frente e ficou a me olhar. Perguntei à ele: E ai amigo, com fome ou com sede? Ele como se me entendesse entortou a cabeça para o lado, e continuou me olhando fixo. Eu, então disse: Não acertei. Você está mesmo é procurando um dono, uma casa pra ser sua, não é mesmo?
Vocês podem não acreditar, mas nessa hora, ele balançou o rabinho, mostrando contentamento. E, eu, derreti, e comecei a chorar, penalizada por um bichinho tão meigo estar assim ao léu.
Contei a ele que trazê-lo para casa, não podia, mas que contribuo com uma ONG, que recolhe cães das ruas e cuida para achar um lar para eles. Disse-lhe ainda que, minha filha é uma voluntária dessa ONG e trabalha aos sábados em feiras tentando achar um lar para os cachorros. E que ela adotou o Marley, um puro vira lata, que aprendemos a amar de paixão.
Ele, parece que entendeu o que lhe contei e latiu agradecendo. Mesmo sabendo que não tinha encontrado um lar, sentiu que alguém o olhou com amor e lhe deu atenção.
Sei que pode parecer estranho a conversa que tive com o cão de rua, mas, podem acreditar, ele partiu mais feliz, seu andar ganhou mais firmeza, e senti seu olhar mais confiante.
Será só imaginação minha, por conta do amor que tenho pelos bichos? Pode ser.
Mas, meu coração me diz que ele me entendeu. Assim como eu o entendi.