Pós-tradicionalismo evolutivo
Estava ouvindo The Logical Song do Supertramp quando subiu pelas paredes da alma aquela saudade atroz de época. Rolou Dreamer e logo em seguida Breakfast como verdadeira ducha fria do tempo sobre o presente concreto. Certas canções antigas têm a força de um carro numa viagem melancólica. Lembro-me do Pedrinho Sirotsky na televisão no programa Transasom. The Logical Song era a abertura do programa musical.
Tem certas coisas escaladas para o esquecimento. Nunca mais ouvi falar do grupo de roque Focus Hocus Pocus. Procuro também uma cantora brasileira que gravou a belíssima canção cujo nome é Miúra. Está estalando o nome dela, mas não sai. Ouvi pela primeira vez esta canção nos tempos de apartamento na Rua Santo Antônio. Era Warner Bento com a dupla Graça e Monstrinho. Perto dali morava a Lígia (quase na esquina). Palito trabalhava na livraria de livros médicos, dessas livrarias especializadas. Perto dali morava o Pantera, com uma história incrível dentro do Jornal do Comércio, enquanto o Wayne estudava jornalismo. Vagueio no passado como quem anda de corpo e alma nos lugares de sempre.
Na Rua João Alfredo habitava o Roberto se preparando para mergulhar na erudição psicanalítica. Participamos do festival da canção no anfiteatro Araújo Viana. O samba “Não é bem assim” foi afetuosamente ensaiada e rendeu bons aplausos. A composição era minha com o toque musical do Roberto ao violão, mais o clarinete do Sander, Betinho no bandolim. Betinho trouxe Saroba no emprego do pandeiro com Tosinho na marcação da cubana. Saímos muito bem na apresentação entre entusiásticos aplausos, não obstante, desclassificação.
Agora estamos em plena era de Pós-tradicionalismo em termos globais. Começa a fase de revisão pela nova confiança de atitude sobre a mesmice temperada de costume. Vital apenas para a falta de criatividade das coisas que não se modificam com plenitude no tempo.
Deus gosta de dar boa noite ao passado e esta frase resume o ponto alto do movimento social do pós-tradicionalismo iniciado recentemente e desde já eternizado. É o abandono das concepções mofadas em busca dos novos e coloridos compassos. Reurbanização da atualidade subjetiva pela renovação sem clichês dos ciclos mentais da cultura. Temos ideia da importância apenas dos vencedores neste país e isto tem colaborado pouco para o desenvolvimento das potencialidades. (Risos).
Agora estamos em plena era de Pós-tradicionalismo em termos globais. Começa a fase de revisão pela nova confiança de atitude sobre a mesmice temperada de costume. Vital apenas para a falta de criatividade das coisas que não se modificam com plenitude no tempo.