UMA CONFISSÃO
 
 

Enquanto ouvia Ana Carolina interpretar “Garganta” , me firmei nos versos: “Minha garganta estranha / Quando não te vejo / Me vem um desejo / Doido de gritar”. Então, fiquei pensando quem de nós em algum momento não sentiu um desejo louco de gritar? E que esse momento tenha sido em desespero existêncial; diante de uma angústia profunda ou mesmo travestido de Natureza, obrigada a emitir o seu grito infinito quando revida com destruição impiedosa o mal que lhe fazem. É um momento de introjeção quando o mundo nos parece disforme e a dor do grito não está só na Natureza mais em nós também.

 
Uma confissão: eu nunca consegui gritar, e quando o faço é de maneira silenciosa, só eu sou capaz de ouvir. O eco não    ultrapassa as paredes da minha garganta
 
Se não sei gritar, paciência, mais uma frustração, contudo, fica cá a minha dmiração pelos que sabem fazê-lo.
 
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 15/03/2011
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