No tempo

Em ti o tempo não é um casulo. É uma cápsula!

Lapido os instantes num quadrado recto, os instantâneos do mundo. o Atlas diz-me que é Norte, mas é no Sul Tropical do teu coração que me sinto morada.

Dizem que, se roçar o nome de Deus, eu me transformo em energia, e que essa energia a posso fazer chegar até a ti...

Dizem que se evocar o nome de skir em sufi, prostrado pelo tempo eu me transporto na forma dessa energia, e chego de facto até a ti...

Então: desenho o teu rosto no ar, delineio as tuas formas de mulher. Depois acaricio o infinito, como se o espaço entre nós fosse apenas um toque que fecho neste amor de plumas, e no grito de raiva fecho um punho de esgar silencioso até porque não existes aqui, e eu não te quero sentir para não me sentir enganado.

Apagam-se-me da memória essas mensagens projectadas, e deixo-me nos hologramas da inércia, um mantra ecoa no meu espírito, e tu te fazes presença, de ti recordo o olhar de mulher, que nunca esqueço de recordar.

Amar é foda!

Fecho os olhos e deixo-me adormecer.

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 14/03/2011
Código do texto: T2848446
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