CASTRO ALVES
DIA DA POESIA
14 DE MARCO
DIA da POESIA: comemorado nesta data que foi o dia do nascimento de Castro Alves.
Tantos anos são passados que eu me esquecera que, além de Pinóquio, de Robinson Crusoé, Tarzan e de Reinações de Narizinho, a leitura que mais me marcou para todo o sempre foi O NAVIO NEGREIRO de CASTRO ALVES.
Quando se é muito jovem ,a leitura integra a personalidade da pessoa, tão fortemente quanto pai, mãe e professores. E se ama os personagens e autores que passam a fazer parte da própria personalidade ou essência em crescimento.
Talvez o jovem atual, que não lê mais, e profere expressões americanas “made USA” em substituto na sua formação “intelectual” não entenda como se era melhor.
Castro Alves para mim foi talvez o primeiro amor, sem o saber.
Era um amor de arrebatamento puro sem nenhuma definição.
Era o encantamento. E esqueci. Porque a vida faz isso com a gente.
Mas lendo Ana Marly de Oliveira Jacobino me veio à mente e ao coração este amor tão grande, que deve ter-me feito ser maior do que seria sem ele.
E hoje é o dia dele e da POESIA.
De Castro Alves: O LIVRO E A AMÉRICA
Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros à mão-cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n ‘alma
É germe - que faz a palma.
É chuva -que faz o mar
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse rei dos ventos
Ginete dos pensamentos
Arauto da grande luz!...
MOCIDADE E MORTE
Eu sinto em mim o borbulhar do gênio,
Vejo além um futuro radiante:
Avante! - brada-me o talento n ‘alma
E o eco ao longe me repete - avante! -
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a Glória!
Após - um nome do universo n’alma,
Um nome escrito no Panteon da História.
Não! Não eram dois povos que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado...
Era o porvir - em frente do passado,
A Liberdade - em frente à Escravidão,
Era a luta das águias - e do abutre,
A revolta do pulso - contra os ferros.
O pugilato da razão - contra os erros
O duelo da treva - e do clarão!...
O Adeus de Teresa, e um emaranhado de seios, colos, cabelos e perfumes, que sensualizam os perfis femininos de Castro Alves.
"!Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
(Adormecida)
Quando voltei.., era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
E ela arquejando murmurou-me. “Adeus!”
* * * * * * * * * * * * * * * * *
Quem não se lembra de A CRUZ DA ESTRADA ?
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa em paz dormir na solidão.
É de um escravo humilde sepultura
Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.
DIA DA POESIA
14 DE MARCO
DIA da POESIA: comemorado nesta data que foi o dia do nascimento de Castro Alves.
Tantos anos são passados que eu me esquecera que, além de Pinóquio, de Robinson Crusoé, Tarzan e de Reinações de Narizinho, a leitura que mais me marcou para todo o sempre foi O NAVIO NEGREIRO de CASTRO ALVES.
Quando se é muito jovem ,a leitura integra a personalidade da pessoa, tão fortemente quanto pai, mãe e professores. E se ama os personagens e autores que passam a fazer parte da própria personalidade ou essência em crescimento.
Talvez o jovem atual, que não lê mais, e profere expressões americanas “made USA” em substituto na sua formação “intelectual” não entenda como se era melhor.
Castro Alves para mim foi talvez o primeiro amor, sem o saber.
Era um amor de arrebatamento puro sem nenhuma definição.
Era o encantamento. E esqueci. Porque a vida faz isso com a gente.
Mas lendo Ana Marly de Oliveira Jacobino me veio à mente e ao coração este amor tão grande, que deve ter-me feito ser maior do que seria sem ele.
E hoje é o dia dele e da POESIA.
De Castro Alves: O LIVRO E A AMÉRICA
Oh! Bendito o que semeia
Livros, livros à mão-cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n ‘alma
É germe - que faz a palma.
É chuva -que faz o mar
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse rei dos ventos
Ginete dos pensamentos
Arauto da grande luz!...
MOCIDADE E MORTE
Eu sinto em mim o borbulhar do gênio,
Vejo além um futuro radiante:
Avante! - brada-me o talento n ‘alma
E o eco ao longe me repete - avante! -
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a Glória!
Após - um nome do universo n’alma,
Um nome escrito no Panteon da História.
Não! Não eram dois povos que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado...
Era o porvir - em frente do passado,
A Liberdade - em frente à Escravidão,
Era a luta das águias - e do abutre,
A revolta do pulso - contra os ferros.
O pugilato da razão - contra os erros
O duelo da treva - e do clarão!...
O Adeus de Teresa, e um emaranhado de seios, colos, cabelos e perfumes, que sensualizam os perfis femininos de Castro Alves.
"!Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
(Adormecida)
Quando voltei.., era o palácio em festa!...
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
E ela arquejando murmurou-me. “Adeus!”
* * * * * * * * * * * * * * * * *
Quem não se lembra de A CRUZ DA ESTRADA ?
Caminheiro que passas pela estrada,
Seguindo pelo rumo do sertão,
Quando vires a cruz abandonada,
Deixa em paz dormir na solidão.
É de um escravo humilde sepultura
Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.