Aquelas músicas (EC)

Outro dia, ao ler uma crônica sobre “velhas tardes de domingo”, como cantou Roberto Carlos, tomei para mim um tanto daquela nostalgia. Embora quando criança e adolescente, ainda se ouvisse canções de amores impossíveis, na minha turminha o barato era outro. Gostava muito, e ainda gosto, do Martinho da Vila, com seus shows humanitários nos países em guerra e em outros cantos do mundo, do Paulinho da Viola, com sua simplicidade em voz e violão, do Gilberto Gil, que de tanta familiaridade com suas letras poéticas chamo apenas de Gil, do Milton Nascimento, meu preferido, além dos negros do jazz americano. Dos cantores brancos, durante a adolescência, aprendi a gostar do Raul, do Chico, do Fagner e do Caetano.

Em casa ouvíamos programas de rádio em que as músicas eram selecionadas conforme o gosto do público, que ligava pedindo para ouvir determinada canção ou a fim de dedica-la para alguém. Nem todas as famílias possuíam aparelho de som ou televisão. Assim, a mídia não escrita de maior acesso era o rádio. Os vizinhos mais abonados adquiriam mensalmente os discos da moda. Os discos de vinil eram tocados, sem piedade pelos ouvidos ou gosto alheio, até ficarem arranhados pela agulha do toca-discos. Ali eu ouvia o Rei e outros “tremendões” e, seja pela repetição, seja pela boa memória de criança, decorava tudo com facilidade, o que me faz achar graça quando me lembro de alguma.

O tempo passou. Mantenho o mesmo gosto musical, com a adição de alguns novos cantores e cantoras, sem fazer a mínima questão de me atualizar em alguns ritmos que há por aí. Hoje, até aquelas músicas que eu detestava, ganharam um toque mágico trazido pela nostalgia.



 
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Aquela Música
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meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 14/03/2011
Reeditado em 22/09/2011
Código do texto: T2847093
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