O IDIOTA.

Ninguém quer ser idiota ou pede para ser idiota, mas comporta-se como idiota. E disso não pode escapar, nem é culpado, tem origem no ácido ribonucléico, DNA. Devem ser objeto de comiseração. A patologia situa o estigma que deve ser tratado, sob pena de levar aos caminhos indesejados das dependências todas.

A idiotia é clara e visível nos que contrariam a clareza do que está assentado como pacífico entendimento comum. O mais simplório homem distingue o que é comum e já estabelecido como diferença do que não se pode constestar. Mas o idiota dá fortes voos na sua básica limitação, pois nasceu com ela. Muitos o chamam de cretino, mas o idiota que consegue subir alguns degraus na informação rasteira, impulsionado por presenças que lhe acendem uma faísca de luz, pensa que é um gênio.

Se dá alguns passos pensa que caminhou todo o périplo do planeta. É normal que assim seja, quase explodindo seus neurônios, articula alguns superficiais raciocínios e se pensa um dos maiores físicos já surgidos, um dos festejados matemáticos nascidos, aquele pintor maior desconhecido por todos, porém um expoente, um literato que glosa textos de outros ou comete contrafação, achando que passa despercebido e dos seus só faz eclodir tolices e contradições, mesmo assim festeja-os.

Esse é o idiota que pensa que os outros são como ele, nada enxergam. Os idiotas de ufanismo vivem, projetam-se no que aspiram ser, dado como certo, perseguem elogios e fama que nunca chegará, a não ser em afinidades do mesmo teor de sanidade, trocas menos hígidas e de necessidades menores, aplausos nunca alcançados na vida normal em qualquer setor. Não se convencem de seus limites embora lhes gritem em entorno limitativo que habitam. Aos idiotas, sem que vejam face à deficiência, resta a idiotia e seu restrito convívio. E nós devemos atendê-los em suas necessidades, tratando-os como doentes, não como pessoas normais.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 13/03/2011
Reeditado em 13/03/2011
Código do texto: T2845174
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