FELIZ DESANIVERSÁRIO

Era como o Chapeleiro Maluco comemorava todos os dias que não eram o dia do aniversário. E é neste domingo, 13 de março, que eu descelebro aqui de longe dois desaniversários. O primeiro, da Lavinia, que estaria assoprando suas sete inocentes velinhas, não fosse uma coisa inominável achar graça em metê-la pra debaixo da terra. O outro, da própria coisa, para quem em nenhum dia será aniversário, porque o tempo da coisa não é humano. Não conta os anos, não conta a vida.

Neste dia eu queria até crer, só pra que Lavinia estivesse comendo o bolo de massa mais leve e de gosto mais saboroso, seja lá onde for. Neste dia eu queria até crer que a coisa comesse (porque coisa come) o bolo de massa também leve e de gosto também saboroso, com uma pitada, não muita, mas o suficiente, do veneno mais poderoso.

Lavinia, cujo nome significa “a que purifica” veio ao mundo para livrar outros três anjos inocentes da coisa, a quem chamavam de mãe. Sejamos todos purificados. O sacrifício foi feito, para a glória do Senhor.