O Insight de Aranha
Hesitei em colocar aspas no insight de Aranha. Escrevi-o em itálico, como se trataria o seu “weltanschauung”, mas a sua visão de mundo, além de universal, é particularíssima, talvez mais uma razão para ser aspeada. Tratá-lo como estrangeirismo? Não! O que ele diz, mesmo vindo de muito longe, é de muito perto, autóctone, do chão do nosso dia a dia, com o sabor do cotidiano, sobretudo dos antigos quotidianos de quem teve o privilégio de convivê-los com ele. A dúvida passava a borracha nesses sinais de pontuação e, fiquei alguns momentos nesse vai e vem, ora insight dentro, ora fora das aspas. Recorri aos seus significados, os dicionários me revelaram ser um anglicismo, porém, já introduzido até nos novos vocabulários ortográficos ou dicionários etimológicos. Insight só de Aranha, melhor seria sinalizado. Mas enquanto titulo do seu livro, ele, em todas as dimensões, o universalizou, tornando-o significado de todos os impulsos dos sentimentos de cada um de nós. Assim , não se escreve ou se escreve esse aranhento insight.
Ter insight é coisa própria de Aranha e, por isso, “essas coisas” são perfeitamente diferentes, extraordinárias, geralmente produzidas de repente, com a rapidez de um insight, ou como a de um cavalo branco, disparado num deserto, a busca de coisas misteriosas, nas angústias e prazeres, nas carências e abundâncias, profundas, cobertas pelas dunas de areia, muito além da água ou da pastagem verde de algum oásis. Somente um escritor reflexivo e profundo, como Walter Galvão, tentaria domar esse cavalo selvagem, de modo meticuloso, em “5 insights”, fazendo rica exegese dos poemas de Aranha, tomando verso por verso, como fios segregados das fiandeiras do autor, emaranhando-nos numa teia que prende nossos sentimentos, quase assemelhando-os aos do próprio Aranha, náufrago que o é, teimosamente sobrevivente nos mares das emoções.
Sem tirar a liberdade das interpretações, Carlos Aranha, ao nos oferecer sua poesia, no livro “Nós an insight”, esmiúça em palavras o pão que lhe entregou a Musa, deusa dos insights, ou melhor, desses pães, em vários e deliciosos sabores. E assim sendo a nossa comparação, vejo, no seu gesto de lançamento, tardio banquete na Academia Paraibana de Letras, servido com a brilhante apresentação do confrade Hildeberto Barbosa, multiplicar esse pão nas mãos de quem sentia fome da sua “poésis”. Ao se ler Aranha, querer mais é vontade do apetite, mais do que apenas este primeiro livro, que poderia ser tão uma densa antologia de crônicas, mas decidiu ele nos surpreender com a poesia, da qual recito o nosso pedir mais: “A nossa luz há de brilhar ali./ Sem sombra, assombro,/ assumo o ser que somos nós./ Deus é ser de tom tamanho/ que seu silêncio é som da nossa voz.” “Nós, an insight” é, de forma inconfundível, a palavra suave, meiga e forte, e, mais do que a nossa, a voz de Carlos Aranha.
Hesitei em colocar aspas no insight de Aranha. Escrevi-o em itálico, como se trataria o seu “weltanschauung”, mas a sua visão de mundo, além de universal, é particularíssima, talvez mais uma razão para ser aspeada. Tratá-lo como estrangeirismo? Não! O que ele diz, mesmo vindo de muito longe, é de muito perto, autóctone, do chão do nosso dia a dia, com o sabor do cotidiano, sobretudo dos antigos quotidianos de quem teve o privilégio de convivê-los com ele. A dúvida passava a borracha nesses sinais de pontuação e, fiquei alguns momentos nesse vai e vem, ora insight dentro, ora fora das aspas. Recorri aos seus significados, os dicionários me revelaram ser um anglicismo, porém, já introduzido até nos novos vocabulários ortográficos ou dicionários etimológicos. Insight só de Aranha, melhor seria sinalizado. Mas enquanto titulo do seu livro, ele, em todas as dimensões, o universalizou, tornando-o significado de todos os impulsos dos sentimentos de cada um de nós. Assim , não se escreve ou se escreve esse aranhento insight.
Ter insight é coisa própria de Aranha e, por isso, “essas coisas” são perfeitamente diferentes, extraordinárias, geralmente produzidas de repente, com a rapidez de um insight, ou como a de um cavalo branco, disparado num deserto, a busca de coisas misteriosas, nas angústias e prazeres, nas carências e abundâncias, profundas, cobertas pelas dunas de areia, muito além da água ou da pastagem verde de algum oásis. Somente um escritor reflexivo e profundo, como Walter Galvão, tentaria domar esse cavalo selvagem, de modo meticuloso, em “5 insights”, fazendo rica exegese dos poemas de Aranha, tomando verso por verso, como fios segregados das fiandeiras do autor, emaranhando-nos numa teia que prende nossos sentimentos, quase assemelhando-os aos do próprio Aranha, náufrago que o é, teimosamente sobrevivente nos mares das emoções.
Sem tirar a liberdade das interpretações, Carlos Aranha, ao nos oferecer sua poesia, no livro “Nós an insight”, esmiúça em palavras o pão que lhe entregou a Musa, deusa dos insights, ou melhor, desses pães, em vários e deliciosos sabores. E assim sendo a nossa comparação, vejo, no seu gesto de lançamento, tardio banquete na Academia Paraibana de Letras, servido com a brilhante apresentação do confrade Hildeberto Barbosa, multiplicar esse pão nas mãos de quem sentia fome da sua “poésis”. Ao se ler Aranha, querer mais é vontade do apetite, mais do que apenas este primeiro livro, que poderia ser tão uma densa antologia de crônicas, mas decidiu ele nos surpreender com a poesia, da qual recito o nosso pedir mais: “A nossa luz há de brilhar ali./ Sem sombra, assombro,/ assumo o ser que somos nós./ Deus é ser de tom tamanho/ que seu silêncio é som da nossa voz.” “Nós, an insight” é, de forma inconfundível, a palavra suave, meiga e forte, e, mais do que a nossa, a voz de Carlos Aranha.