Diferença entre ética, cidadania e democracia

     Estava a refletir as pessoas, a política, a ética, a cidadania. Enfim, quem são os eleitores! Quem são os políticos! O que os políticos pensam dos eleitores e como fazer mudar a realidade política e posicionamento do eleitor frente ao político! 

     Ai entra uma questão fundamental para analisarmos os políticos; é nossa atitude como condutor da política. É a sociedade, por meio dos eleitores que constrói o político. É a nação que constrói a identidade e direciona o comportamento do político. 

     Quando abordamos e execramos os políticos precisamos ter claro em mente que eles são o reflexo da sociedade. Ele é uma amostra do que somos enquanto sociedade, e nós os refletimos neles. 

     Vejamos esta eleição; ela realmente nos proporciona inúmeras reflexões. Uma delas que vejo importante é distinguimos ética de cidadania. Ética segundo meu ponto de vista, são princípios morais adquiridos pela educação familiar, aprofundada também pela espiritualidade independente qual seja. Enfim, ética são valores intransferíveis a outrem. Podemos falar ética num coletivo quando temos grupos de pessoas, instituições que gozam dos mesmos princípios. 

     Cidadania são as pessoas exercerem de seus direitos e também terem pleno conhecimento de seus deveres e assim, decidir o rumo de seu país. Cidadania são as pessoas terem seus direitos preservados como a educação, saúde, emprego, segurança., etc. Enfim, cidadania é ter o direito de usufruir o que é seu por direito; cidadania é ter voz, vez e espaço na sociedade. 

     Pois bem, as pessoas podem conquistar a cidadania, podem evoluir democraticamente ao maior estagio porem, ser uma sociedade sem ética. A cidadania não tem como prioridade a formação da ética, nem de valores e princípios. Ética, princípios se adquire pela educação e estrutura familiar. 

     Voltando a questão das eleições podemos tirar alguns exemplos da sociedade e como hoje os políticos as vêem. Qual foi o maior receio de todos que estiveram envolvidos em corrupção tanto no legislativo, quanto no executivo? Certamente seus receios foram que a sociedade os banisse da política; que esta eleição fosse o fim de anos de mandatos. No entanto, grande parte deles foram absolvidos. A maior frustração que acredito ter ocorrido foi de José Dirceu e Roberto Jefferson não terem renunciados, caso renunciassem, hoje também estariam reeleitos novamente. 

     Quando reflito estas eleições é porque vejo de fundamental importância sob o ponto de vista ético. Imaginamos hipoteticamente se nenhum destes que estiveram envolvidos com corrupção desde o executivo ao legislativo se reelegesse? Certamente, todos os políticos de todas as esferas municipais, estaduais e federais teriam mais receio de praticarem corrupção ou de usurparem do poder. Porem, com a reeleição de quase todos, eles foram absolvidos e o que será que pensam do povo? Que a sociedade é safada mesmo, que podem fazer o que quiser depois jogam milhares de reais nas mãos dos cabos eleitorais, contratam uma grande empresa de marketing e assim, sempre estarão no poder. Será que poderíamos imaginar qual é a conversas dos políticos sobre a sociedade nos bastidores? 

     Finalizando, vejo que somente há um caminho para trabalhar se quisermos mudar esta triste realidade da falta de ética na política. É trabalhar na estrutura do homem pela educação. É a reimplantação de princípios e valores que devem ser construídos a partir de uma base familiar. Este processo é longo, pois, passa por um processo cultural que somente as novas gerações poderão implementar a ética na política. É a partir destes valores implementados que nortearão a conduta dos novos eleitores. Serão por meio de eleições consecutivas onde os eleitores tenham como prioridade a conduta ética do homem publico, que serão paulatinamente expurgados estes políticos sem ética e corruptos da vida publica, ou pelo menos serão em menor quantidade.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 06/11/2006
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T283965