Dormindo com a inimiga

Sob a cama não há nenhum assassino em série, não se preocupem, e os meus armários continuam uma bagunça danada. O que tenho me questionado é quanto à necessidade de parar de ler, momentaneamente, determinados livros. Que feio é quando expomos uma ideia num texto, jurando ser nossa e em verdade a memorizamos de algum autor, mesmo sem querer, como uma  pegadinha do nosso cérebro!

Gostava de ler no jornal uma colunista gaúcha, mas há anos que somente a leio quando recebo por e-mail. Neste carnaval, apenas sinônimo de longo lazer para mim, estive com uma amiga que me falou sobre o sucesso do novo livro da famosa. Conversa vem, conversa vai, declaramos nossa antipatia pelos seus textos “sabe-tudo” sobre relacionamentos amorosos.

Como a tal antipatia fortuita não me convenceu, resolvi conferir. Com o feriado universal nesta terça-feira, livrarias de portas fechadas, encontrei vários livros de bolso na farmácia. Livros editados no formato reduzido são aqueles que já foram campeões de venda. Assim, não encontrei o recém-lançado, mas encontrei vários livros de crônicas dela. Formato reduzido, preço também. Comprei quatro!


Em casa, escolhi um deles, que devorei avidamente até o final. Tive a sensação de que eu e ela estávamos numa montanha-russa, sem condições de parar, mesmo que quiséssemos, mas quem iria querer parar um atleta perto da linha de chegada?

Terminada a leitura, coloquei o livro sobre a mesinha de cabeceira e me pus a dormir com a minha inveja.



  
meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 09/03/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T2837964
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