A IMPOSIÇÃO DOS FILMES NORTE AMERICANOS
Já me emocionei muito, com alguns filmes de Hollywood, ET, A Cor Púrpura, A Sociedade dos Poetas Mortos... Gosto de ver e rever alguns deles, é como um bom livro, fica para sempre.
Mas essa ditadura que nos impede de ver produções lindíssimas de outros países, tirando o ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro, nenhum outro entra nas poucas salas normais de cinema.
Parece que só quem produz filmes são os norte americanos, os demais países é como se nada produzissem, quando sabemos que não é verdade, já vi filme lindíssimos feitos no Japão, na Argentina, França, eu pergunto: quantas produções deixamos de saber que existem?
Se temos dinheiro, podemos viajar, ver o que se produz no mundo, ou até assinar uma tv a cabo de boa qualidade que nos ofereça essas informações, mas se ganhamos esse salário vergonhoso que a maioria da população ganha, vivemos ilhados, sendo obrigados a engolir esses enlatados com bombas explodindo o tempo inteiro, muitos tiros, e um romance fraco entre belos mocinhos brancos, na sua maioria....
O mesmo se dá com a música e outro tipos de artes. É verdade que a internet nos possibilita descobrir algumas pérolas, mas é preciso que alguém nos indique, eu conheci algumas bandas, e cantores, com uma arte maravilhosa, me apaixonei por músicas que nunca ouvi no rádio por aqui, no próximo domingo vamos a Fundição Progresso, ver e ouvir Tarja Turunen (ex - Nightwish), que tem uma voz unica e uma beleza singular. Conheci algumas músicas Japonesas, deliciosas, e o que é melhor dá até para cantar com a letra, que está a disposição na internet. É maravilhoso! parece que o mundo se abre e por alguns momentos nos sentimos mais informados e inteligente.
Gostaria que um dia todas as pessoas, aqui no Brasil, tivessem a oportunidade de ver e ouvir a produção cultural do mundo inteiro, e assim possa decidir o que gosta ou não.
Adoro ver o meu filho de dezenove anos, e seus amigos, curtindo a cultura japonesa, estudando e falando a língua, ouvindo a música, vendo filmes, indo a eventos. Eles também dominam o inglês e gostam de muitas coisa dessa cultura, mas não são bitolados, sabem sair dessa ditadura cultural em que eu e a maioria dos jovens da minha geração, fomos criados, é bem verdade que conseguir bular e conheci algumas coisa belas, como o filme Viver de Akirakurosawa, Piaf de Olivier Dahan, Má Educação de Pedro Almadóvar, esse último eu tive que procurar muito, até encontrar um cinema para vê-lo, só encontrei na Zona Sul do Rio e com um preço muito mais caro que os outros filmes em cartaz...
Meu sonho é ver isso mudar, não canso de falar, escrever, só assim um dia esse tema vira discussão e aparecem lugares alternativos, oferecendo cultura de várias partes do mundo a um preço que possamos pagar. Como sou teimosa e sonhadora posso afirma que esse dia há de chegar, vamos aguardar.
Devo dizer que o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), é um dos poucos lugares que promovem exibição de filmes de vários lugares do mundo, isso ocorre as vezes e o preço é simbólico e as vezes é até de graça. Há uma luz no fim do túnel!