Diário número 3
Deu o sinal. Seu som estridente varre o espaço. Do fundo do corredor anuncia o término da hora do almoço. Seu som forte, se propaga até onde estou. Da minha mesa relanceio os olhos pela sala vazia. As luzes apagadas não sei porque, revelam toda a vontade em trabalhar. Atrasados, o pessoal chega um de cada vez sentando em suas respectivas mesas. Uns ainda, vão tomar um cafezinho ou chá, enquanto que outros com a escova a mão, vão escovar os caninos. Ninguém começa a trabalhar logo que o sinal apita. Ninguém. O dia amanheceu frio, começa a esquentar. Só espero que a tarde não chova. Quero assistir um filme, pegar uma tela. Me desprender da realidade real em que vivo, e me enfronhar na realidade irreal imaginada pelo diretor.