Reclamando da vida

Atravessamos uma época difícil. Acontece uma mudança muito acentuada, quanto ao poder aquisitivo da população em geral. Se alguns estão conseguindo adquirir coisas às quais antes não tinham acesso, outros se vêem diante da necessidade de mudar hábitos, pois já não conseguem fazer frente às despesas, como antes.

O que nunca provamos, não nos faz falta. Mas não queremos abrir mão do que temos, daquilo a que estamos acostumados a usufruir. Abrir mão da pizza da sexta-feira.Trocar a marca do sabão em pó e descobrir que durante anos enriquecemos o dono da indústria e que o sabão mais barato é tão bom quanto o outro. Pesquisar preços de guardanapos, papel higiênico. Aprender que deixar de gastar com o supérfluo, não é baixar o nível. É viver de acordo com nosso nível.

Somos acomodados. Nos acostumamos com as mesmas marcas, desde roupas, até alimentos. As crianças já escolhem suas roupas e brinquedos exigindo determinadas marcas. Os brinquedos têm que ser os da moda. E nós, vaidosos e orgulhosos, pensamos que temos que atendê-los, porque não o fazendo, estaremos nos diminuindo diante dos pais de seus coleguinhas que talvez tenham melhores condições financeiras que nós. Ou não. Talvez também se preocupem somente com as aparências.

Nos deixamos levar pela mídia. Consumimos em excesso, copiamos tudo, depois falamos em aperto financeiro. E ainda há quem diga que não está nem aí para os outros. Pois sim! Somos competitivos e cada vez mais, o que os outros têm, nos motiva a buscar mais. Não é a nossa necessidade que dita o que vamos buscar, mas a necessidade de no mínimo, nos igualarmos aos outros. (03/11/06)