[De olho na lente de aumento]
Bravíssimo! para os que vão até a Europa em excursões por aí afora, e só porque virão um dia ou outro um jardim de tulipas negras ao vivo, acham que conhecem o lugar que nunca moraram e que podem zombar do restante da população que nunca irá visitar a flor dos elegantes nem em Holambra.
Falando em elegantes, elegante que é elegante abaixa o topete, não olha para outro alguém de cima para baixo, nem faz questão de colocar outra pessoa num lugar que ela nunca terá “no nada” só porque esta não tem isto ou aquilo (afinal todo mundo pode ser e... É).
Elegante é quem reconhece o mesmo valor do diretor de uma grande empresa ao porteiro do prédio; elegante é quem abre o mesmo sorriso para o gari, bem como o gerente de uma Agência de Automóveis Importados.
Gente bonita não se preocupa com "griffes" e nem "tira sarro" dos barbarismos alheios; mas já que alguns pegam pesado, que tal aqueles que arrotam mortadela com a pose que vivem provando caviar (que... diga-se de passagem nada tem de tããão gostoso!) ...tanto quanto não é belo ver novos ricos olhando os rios fora dos mapas e querendo dar aulas de Geografia aos "simples habitantes” daquela região.
Chique é quem traz fragrâncias francesas não na superfície da pele, mas em seu interior; sem necessariamente ter morado ou crescido fora daqui, coisas de Cora Coralinas.... de quem não esconde as origens... gente que tem o claro, o sincero, o modesto no DNA e sobretudo a vontade de se auto burilar não desprezando a qualidade da natureza dos reinos: dos vegetais e dos a-ni-mais. Fino é quem dispensa grosserias: rindo dos demônios, perseguindo anjos.
Gibran poderá casar bem nesta nova associação: “O desejo é a metade da vida; a indiferença a metade da morte!” (bom, é saber a hora de entrar por um ouvido e sair pelo outro)
É chique aquele que não re/conhece o limite do outro? ...e fala na cara despreocupado se está jorrando bactérias na face do interlocutor.
Confesso que talvez eu não seja tão chique, mas ninguém está preocupado com o que sou, mas uma coisa sei dizer o que não sou
- “expert” nisto ou naquilo - não me trate assim, sou eterna aprendiz.
Mesmo sabendo que infelizmente na atualidade, nem todas pessoas que pensam que andam repassando poemas de Fernando Pessoa percebem que ainda não leram Pessoa na sua essência, ora pois se tivessem contato de fato com o poeta e seus heterônimos reconheceriam que frases de Nemo Vox como esta por exemplo, não fora escrito pelo Cancioneiro: "Pedras no caminho? Guardo-as todas! Um dia construirei um castelo". E tem os que confundem pseudônimos com heterônimos... e pensam que Chaplin tinha a personalidade da personagem Carlitos; que Mario Quintana era um poeta menor, meloso e pornográfico! alguns pensam que Drummond foi o fabrica_dor da crônica do "Velho Apaixonado"? e que Vinícius de Moraes, poderia ter escrito: “Procura-se um amigo” e outras cositas mas que Garth Henrichs citou... admito que não tinha ciência de Garth Henrichs, mas que a frase dele é sensível é: "A gente não faz amigos, reconhece-os."
Pois é... há os que acreditam que Victor Hugo não fora um poeta denso, e trocam seu nome pelos “Votos” de Sergio Jockymann; imaginam que Exupéry foi apenas um escritor infantil? e que podia ter discorrido pensamentos do tipo: "Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha (...)" aonde está escrito aquilo?!
As trocas são as mais diversas de alhos por bugalhos de onde vem esta mania de dizer que um Neruda é Alfredo Cuervo Barrero, e desde quando Pablo Neruda tem a ver com Martha Medeiros? O nome de Luis Fernando Verissimo nunca andou tão próximo ao de um tal de Luiz Fernando Veríssimo, “dos falsificados”. Por que será que a maioria não percebe que aquele "poema da mente" não pertence as poesias de Affonso Romano Sant'Anna?
E no meio desta salada russa, os traços Vladimir Kush vem sendo confundido com os de Dali (?) e ainda há espaço para os que surrealmente se dizem leitores, escritores e Críticos, que pensam estar reproduzindo as letras corretas e pacíficas de Gandhi ou de um Chico Xavier sem nunca ter um dos livros destes nas mãos, e muito menos o cultivo da fala do coração, não permitindo que a humildade faça seu papel (devem sentir vergonha da palavra ERRATA) dentro si próprios, no interior de si...
Seria lindo se as pessoas ao menos retribuíssem um BOM DIA àqueles que não conseguem enxergar alguma afinidade, na vida real e nos s(a)ites de relacionamentos, desconfio que histórias se repetem: - Será que há pessoas que demonstram diplomacia somente para com aqueles que lhe interessam? ...somente os “iguais” são interessantes ou estariam disponíveis para os que lhe servem de degraus geradores de alguma posição de destaque e/ou status nos “grupos sociais”?
Bah!
É belo, observar pessoas que se dizem professores das Belas Artes somente porque "en passant" visitaram num ou noutro museu? Será que notaram os detalhes bem de perto?
Chique é torcer a sardinha apenas para “a sua cadeira” de Astronomia, Arquitetura, Física, Medicina, Jornalismo...? Tem gente que dá aula disto mas na hora de defender aquilo que acabou de descobrir de outra “cadeirinha” de uma hora para a outra, enche a boca com a célebre frase “não é de minha alçada” como se tivesse esquecido que ninguém nasce sabendo... (grandes exemplos de PhDs!)
Aliás aquele que se diz esperto de modo geral não é, porque quem realmente é, não se diz; chique mesmo é o “come quieto” (discreto e bem menos sacal) do que os falsos intelectuais que não distinguem uma obra de outra e pensam que são os “deuses” das Artes, só porque, por exemplo tem um livro na praça se imaginam no direito de sentar numa das cadeiras da Academia das Letras? Será que todos os quem sentam naquelas cadeiras, são merecedores?
Ora, títulos?! ora este aforismo de Nietzsche: "A vaidade alheia só nos é antipática quando vai de encontro a nossa." Por todos os Marimbondos de Ressaca! Millôr Fernandes tem razão em dizer algo assim: “há livros que quando largamos não conseguimos mais pegar”
Sem dúvida não faço parte do rol das pessoas elegantes, torço o nariz para muitas coisas.
Ah! ...eu ía quase me esquecendo, gente fina sempre observa a pior das hipóteses com bom humor.
Rosangela_Aliberti
Atibaia, mar/2011
*
Rick Wakeman Solo ABWH (Anderson Brufford Wakeman Howe)
http://www.youtube.com/watch?v=MkpGF4eWufg
(Ilustração do QUINO)
Bravíssimo! para os que vão até a Europa em excursões por aí afora, e só porque virão um dia ou outro um jardim de tulipas negras ao vivo, acham que conhecem o lugar que nunca moraram e que podem zombar do restante da população que nunca irá visitar a flor dos elegantes nem em Holambra.
Falando em elegantes, elegante que é elegante abaixa o topete, não olha para outro alguém de cima para baixo, nem faz questão de colocar outra pessoa num lugar que ela nunca terá “no nada” só porque esta não tem isto ou aquilo (afinal todo mundo pode ser e... É).
Elegante é quem reconhece o mesmo valor do diretor de uma grande empresa ao porteiro do prédio; elegante é quem abre o mesmo sorriso para o gari, bem como o gerente de uma Agência de Automóveis Importados.
Gente bonita não se preocupa com "griffes" e nem "tira sarro" dos barbarismos alheios; mas já que alguns pegam pesado, que tal aqueles que arrotam mortadela com a pose que vivem provando caviar (que... diga-se de passagem nada tem de tããão gostoso!) ...tanto quanto não é belo ver novos ricos olhando os rios fora dos mapas e querendo dar aulas de Geografia aos "simples habitantes” daquela região.
Chique é quem traz fragrâncias francesas não na superfície da pele, mas em seu interior; sem necessariamente ter morado ou crescido fora daqui, coisas de Cora Coralinas.... de quem não esconde as origens... gente que tem o claro, o sincero, o modesto no DNA e sobretudo a vontade de se auto burilar não desprezando a qualidade da natureza dos reinos: dos vegetais e dos a-ni-mais. Fino é quem dispensa grosserias: rindo dos demônios, perseguindo anjos.
Gibran poderá casar bem nesta nova associação: “O desejo é a metade da vida; a indiferença a metade da morte!” (bom, é saber a hora de entrar por um ouvido e sair pelo outro)
É chique aquele que não re/conhece o limite do outro? ...e fala na cara despreocupado se está jorrando bactérias na face do interlocutor.
Confesso que talvez eu não seja tão chique, mas ninguém está preocupado com o que sou, mas uma coisa sei dizer o que não sou
- “expert” nisto ou naquilo - não me trate assim, sou eterna aprendiz.
Mesmo sabendo que infelizmente na atualidade, nem todas pessoas que pensam que andam repassando poemas de Fernando Pessoa percebem que ainda não leram Pessoa na sua essência, ora pois se tivessem contato de fato com o poeta e seus heterônimos reconheceriam que frases de Nemo Vox como esta por exemplo, não fora escrito pelo Cancioneiro: "Pedras no caminho? Guardo-as todas! Um dia construirei um castelo". E tem os que confundem pseudônimos com heterônimos... e pensam que Chaplin tinha a personalidade da personagem Carlitos; que Mario Quintana era um poeta menor, meloso e pornográfico! alguns pensam que Drummond foi o fabrica_dor da crônica do "Velho Apaixonado"? e que Vinícius de Moraes, poderia ter escrito: “Procura-se um amigo” e outras cositas mas que Garth Henrichs citou... admito que não tinha ciência de Garth Henrichs, mas que a frase dele é sensível é: "A gente não faz amigos, reconhece-os."
Pois é... há os que acreditam que Victor Hugo não fora um poeta denso, e trocam seu nome pelos “Votos” de Sergio Jockymann; imaginam que Exupéry foi apenas um escritor infantil? e que podia ter discorrido pensamentos do tipo: "Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha (...)" aonde está escrito aquilo?!
As trocas são as mais diversas de alhos por bugalhos de onde vem esta mania de dizer que um Neruda é Alfredo Cuervo Barrero, e desde quando Pablo Neruda tem a ver com Martha Medeiros? O nome de Luis Fernando Verissimo nunca andou tão próximo ao de um tal de Luiz Fernando Veríssimo, “dos falsificados”. Por que será que a maioria não percebe que aquele "poema da mente" não pertence as poesias de Affonso Romano Sant'Anna?
E no meio desta salada russa, os traços Vladimir Kush vem sendo confundido com os de Dali (?) e ainda há espaço para os que surrealmente se dizem leitores, escritores e Críticos, que pensam estar reproduzindo as letras corretas e pacíficas de Gandhi ou de um Chico Xavier sem nunca ter um dos livros destes nas mãos, e muito menos o cultivo da fala do coração, não permitindo que a humildade faça seu papel (devem sentir vergonha da palavra ERRATA) dentro si próprios, no interior de si...
Seria lindo se as pessoas ao menos retribuíssem um BOM DIA àqueles que não conseguem enxergar alguma afinidade, na vida real e nos s(a)ites de relacionamentos, desconfio que histórias se repetem: - Será que há pessoas que demonstram diplomacia somente para com aqueles que lhe interessam? ...somente os “iguais” são interessantes ou estariam disponíveis para os que lhe servem de degraus geradores de alguma posição de destaque e/ou status nos “grupos sociais”?
Bah!
É belo, observar pessoas que se dizem professores das Belas Artes somente porque "en passant" visitaram num ou noutro museu? Será que notaram os detalhes bem de perto?
Chique é torcer a sardinha apenas para “a sua cadeira” de Astronomia, Arquitetura, Física, Medicina, Jornalismo...? Tem gente que dá aula disto mas na hora de defender aquilo que acabou de descobrir de outra “cadeirinha” de uma hora para a outra, enche a boca com a célebre frase “não é de minha alçada” como se tivesse esquecido que ninguém nasce sabendo... (grandes exemplos de PhDs!)
Aliás aquele que se diz esperto de modo geral não é, porque quem realmente é, não se diz; chique mesmo é o “come quieto” (discreto e bem menos sacal) do que os falsos intelectuais que não distinguem uma obra de outra e pensam que são os “deuses” das Artes, só porque, por exemplo tem um livro na praça se imaginam no direito de sentar numa das cadeiras da Academia das Letras? Será que todos os quem sentam naquelas cadeiras, são merecedores?
Ora, títulos?! ora este aforismo de Nietzsche: "A vaidade alheia só nos é antipática quando vai de encontro a nossa." Por todos os Marimbondos de Ressaca! Millôr Fernandes tem razão em dizer algo assim: “há livros que quando largamos não conseguimos mais pegar”
Sem dúvida não faço parte do rol das pessoas elegantes, torço o nariz para muitas coisas.
Ah! ...eu ía quase me esquecendo, gente fina sempre observa a pior das hipóteses com bom humor.
Rosangela_Aliberti
Atibaia, mar/2011
*
Rick Wakeman Solo ABWH (Anderson Brufford Wakeman Howe)
http://www.youtube.com/watch?v=MkpGF4eWufg
(Ilustração do QUINO)