INDUÇÃO AO ROUBO

Este é um caso atípico e emblemático sobre a complexidade do ser humano. Trata-se daquelas situações em que uma pessoa dantes confiável no setor de trabalho, por demonstrar total capacidade, educação, inteligência, comunicação e além disso tudo, confiança e tudo mais que possa emuldurar o caráter de alguém, repentinamente eis que que se encontra envolvida num imbróglio, numa maracutaia que se transformou numa bola de neve na sua vida profissional. Fato este que deixou todas as pessoas que a conhecia, principalmente os colegas de trabalho, boquiabertos. Foi, sem dúvida, um fato que estarreceu a todos, menos alguns familiares daquela jovem, os quais, usando de má fé, envolveram-na numa celeuma sem precedentes. Vamos aos fatos.

Antes que alguém pense que estou falando de mudança de comportamento por causa de drogas ou algo parecido, adianto que não foi nada parecido. Foi sim uma indução ao roubo que aquela inocente funcionária de um supermercado foi envolvida e adivinha por quem? Justamente por alguns familiares sem consciência e de mau caráter. Esse tipo de pessoa achava que passaria muito tempo ludibriando o gerente daquele estabelecimento, em virtude da confiança total que ele depositava naquela funcionária considerada um protótipo para os demais. Ledo equívoco.

Aquela jovem então foi envolvida por algum parente a não registrar alguns produtos, previamente selecionados, na hora de passar no seu caixa. A primeira vez foi uma tranquilidade só. Ninguém percebeu, ninguém viu, ninguém disse nada. Três dias depois, outro parente, já indicado pelo primeiro, agiu da mesma forma. E assim, sucessivamente. Duas, três vezes por semana era aquela "romaria" ilegal naquele caixa, detalhe este que foi chamando a atenção de outros fregueses.

À proporção que o tempo foi passando, quando chegou no final do mês, quando o gerente não conseguia fechar o seu balancete e percebendo a ausência de muitos produtos que não estavam acoplados à lista de vendas, ou seja, centenas deles que foram subtraídos, passados por aquele caixa, mas não foram registrados, aí então foi o momento de acionar uma auditoria interna.

Como aquelas pessoas sempre insaciáveis, insatisfeitas com aquele roubo silencioso persistiam com aquela trapaça, não demorou muito, tudo foi descoberto, registrado, protocolado, carimbado, etc.

Naquele momento, a pobre funcionária procurou um buraco enorme para se ocultar de tanta vergonha, medo e raiva, que suas lágrimas logo inundaram aquele recinto. Ela queria tanto sumir, evaporar-se, mas teve que amargar aquela cruel vergonha sem limites.

Resultado: além de perder o emprego, até a família teve que se mudar daquela casa onde morava, contígua ao ao seu ex-local de trabalho. Das duas, uma: se aquela jovem tentou, como deve ter tentado outro emprego, tudo indica que pelo menos uma colocação ela não se candidatou: CAIXA DE SUPERMERCADO. Pois a ojeriza a esta função deve ter acompanhado aquela jovem por muitos e muitos anos...

João Bosco de Andrade Araújo

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 04/03/2011
Código do texto: T2827745