O ABRAÇO

Quando ele a viu, doce, frágil, e sedutora em sua inocência, não conseguiu conter-se. Envolveu-a em um inesgotável abraço. Queria senti-la, protege-la, fazê-la escutar o seu coração descompassado. Ele a apertava sedento, faminto. Com fome de tê-la para sempre ali nos seus braços, como se ele fosse corpo sem espírito sem senti-la perto de si. Tudo se resumia em sentir. Sentir a proximidade, o calor, o suave perfume de menina-mulher, a certeza de que ele não estava sonhando. Só o que o fazia afastar-se dela era a vontade de vê-la, de fitar-lhe os penetrantes olhos castanhos, que são a janela da alma, e descobrir-lhe os segredos mais profundos, sem que ela fale, porque os olhos são sempre mais sinceros do que os lábios. Então, depois de longos e explosivos minutos, ele largou-a. Afastaram-se para que pudessem conversar sem palavras.

Gaby Spencer
Enviado por Gaby Spencer em 03/03/2011
Reeditado em 09/03/2011
Código do texto: T2826337
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