Até a falta de educação gera empregos

La estava eu no ponto de ônibus esperando a linha 260 que me levaria ate o Shopping Iguatemi quando passou duas garis varrendo as calcadas e as margens da rua.

Eu estava mais precisamente na Rua Onze de Agosto por volta das 09h30min quando ocorreu este fato e me veio na idéia de escrever esta crônica.

Estava ao meu lado um senhor, distinto, bom vestuário, alto e com sorriso simpático, carregava em suas mãos uma caixa plástica vazia, destas que se usa para transportar alimentos.

Olhei pra ele e lhe disse:

- olha que estranho que a vida é.

Não seria necessário que estas duas garis estarem aqui varrendo estas calçadas se tão somente os donos destas sujeiras as tivessem jogado no cesto de lixo.

Ele me olhou nos olhos e me disse:

- eu estava pensando a mesma coisa e ia comentar também.

Era um domingo e eu estava indo fazer um serviço em uma escolinha infantil.

Esta rua para quem não a conhece é grande e com certeza elas levariam a manha toda para varrê-la e quem sabe a tarde voltariam para casa e assim cuidarem de suas obrigações limpando as sujeiras deixadas por seus maridos e filhos.

Bom, o fato é que elas estão trabalhando devido às sujeiras deixadas por pessoas que não tem educação e assim geram empregos e pude ver duas mães que necessitam levar alimentos para casa e conseguem indiretamente tira-los Dio lixo depositado por tais pessoas.

Virei-me novamente para o tal senhor distinto e indaguei.

- O senhor viu ela pegar um pacote que alguém depositou nesta janela?

Alguém com certeza comprou alguns salgados, comeu aqui e aqui depositou no beiral desta janela (era a janela de uma loja que se encontrava nesta rua).

Pura falta de educação, não?

Ele me olhou nos olhos e me disse:

- é mesmo!!

Mas o que se pode fazer se a maioria das pessoas não tem educação nem dentro de suas próprias casas.

Então continuou seu relato:

E em são Paulo, viu o que esta acontecendo por lá?

As enchentes, inundações e pessoas perdendo suas casas, carros e ate a vida por jogarem lixo em local errado.

Disse-lhe:

- Isso agora virou uma bola de neve que vai aumentando cada dia e a cada chuva vem com mais ímpeto arrasando tudo e a todos.

De quem é a culpa sobre as enchentes? Perguntei-lhe.

Então com olhar serio me respondeu:

- Vai saber.

Então repliquei:

- creio que cada um tem sua parcela de culpa.

Tanto as pessoas que vivem, moram e trafegam por estas vias quanto o governo que esta no regime e nada faz. Parece que fazem vista grossa e não sabem de nada. Não sabem o que fazer.

De tudo isso, das garis varrendo as ruas, dos profissionais bombeiros que arriscam suas vidas para salvar supostamente quem ali depositou o tal lixo. Dos médicos que recebem tais vitimas do descaso provocado por elas mesmas pela falta de educação.

Eu aqui, você ai que assiste a tudo isso e nada podemos fazer para ajudar a não ser orar pedindo ajuda ao Senhor que tanto preza pela ordem e justiça.

Vocês perceberam que da falta de educação tiram-se empregos e muitas pessoas trabalham?

A começar pelos garis, bombeiros, médicos e Deus que de nada tem a haver com a nossa falta de educação, pois desprezamos o planeta que Ele criou com tanto amor, carinho e dedicação e deu-nos para cuidar, proteger e amá-lo, pois seria nossa casa por todos os anos de vida que aqui vivêssemos.

Ali no ponto eu desembrulhei algo para comer e perguntei ao senhor distinto.

- o que eu faço com este papel, contribuo para a permanência do emprego das garis ou não?

Porque até da falta de educação se gera empregos.

Ele me olhou e sorriu.

É claro que não joguei o tal papel no chão, mas guardei-o para quando ver um cesto de lixo o depositar ali. Isso é se eu encontrar um.

Pegamos o mesmo ônibus e a conversa se esticou por outros assuntos.

Mas a lição de que jogar lixo nas ruas pode ate gerar emprego, mas gera muito mais desgraças, doenças e mortes.

Um grande abraço e joguem lixo no lixo.

Moises Bassi
Enviado por Moises Bassi em 02/03/2011
Código do texto: T2823743
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