O Rio de Janeiro Continua Lindo
ou
Fui Ali, Quando Voltei, Já Vim!
Não! Apesar da coincidência, esta não é uma homenagem atrasada pelo aniversário da Cidade Maravilhosa.
Minha recente ausência do Recanto se deveu a uma ligeira visita à Princesinha do Mar e adjacências. Sem sequer me lembrar da 446ª velinha no bolo carioca, já saí de lá no domingo com este texto na cabeça. Não é uma homenagem, mas um “muito obrigada” à cidade – encantada e encantadora, de belíssimas praias e relevo desenhado com esmero pelo Criador – que me recebeu de braços abertos. De novo.
Sim! Para quem não sabe, sou carioca-cá e até por volta de meus onze anos, ia costumeiramente ao Rio com a numerosa família – meu pai fazia chamada dos filhos nas paradas do ônibus, com medo de perder algum dos seis – para passar as férias com primos, tios e avós. Já crescida, ainda estive lá algumas vezes, inclusive a trabalho, mas sempre me sinto meio intrusa. Assustados que ficamos com as notícias televisivas sobre a violência e a insegurança nas ruas, chegamos à cidade com medo, como quem invade um ninho de vespas. Pois encontrei vespas sorridentes e gentis, bronzeadas e bonitas.
Os taxistas gostam de conversar e, ao único que não nos contou toda a sua vida durante o trajeto, tive vontade de perguntar se estava tudo bem. Desisti. Talvez ele não fosse dali, um intruso como eu. Com os outros, posso afirmar. Cada viagem daria uma crônica!
Foi uma visita curta. Cinco dias incompletos para o casamento de uma sobrinha do marido. Dentre os compromissos em família, sobrou pouco tempo para o turismo: Bondinho, Lapa e, claro, praias, com direito a mate gelado vendido na areia e os já antológicos biscoitos Globo. Ou "de vento" como chamava minha mãe.
O sol, gentil como boa parte dos cariocas, não obedeceu às previsões de chuva do site Climatempo e apareceu com tudo, inclusive os 40° da música.
O casamento foi lindo, a festa excelente, a cantora contratada merecia posição de mais destaque na mídia pois tem uma voz maviosa e um gingado que encantou aos brazucas e à família e amigos franceses do noivo. Ah! Sim! Este é um detalhe importante. O noivo, francês, aceitou casar-se no Brasil, para que pudéssemos estar presentes e eles decidiram que a cerimônia seria no Rio às vésperas do Carnaval para que a francesada pudesse aproveitar a viagem e conhecer terras Brasilis. A barreira da língua atrapalhou um bocado, mas posso afirmar com segurança: gente boa esses franceses. Depois da lua de mel, no Maranhão, os noivos devem retornar à França, onde já vivem.
No sábado, ainda meio ressaqueados, aventuramo-nos pela Zona Norte para visitar parentes queridos, num almoço que rendeu a tarde toda e um tantinho da noite. Foi pouco tempo, merecia mais. A conversa fluía solta, entre reminiscências do passado e nossas vidas presentes, filhos, cachorros, Rio, Brasília e o amor uns pelos outros que a distância não seca em nós.
No domingo fomos até a Barra e aproveitamos para conhecer Maria Luzia (Malu), escritora aqui do Recanto e uma grande amiga, até então, virtual. Foi ótimo conhecê-la pessoalmente e ver que não é muito diferente da escritora de textos que falam de beija-flor, amores perdidos ou paixões delicadas.
Enfim, fui ali, quando voltei, já vim. E foi apenas para dizer a quem interessar possa: o Rio de Janeiro continua lindo.