GLOBALIZAÇÃO 3

Ela chegou e mudou as relações globais. Nada mais é como outrora. O comercio virou guerra e nunca a lei do mais forte foi tão onipotente. O maior, engole o menor e as empresas familiares desaparecem, dando lugar à empresas sem alma, apenas o lucro soberano dita as regras. O texto não é todo meu, parte foi compilado dos arquivos da revista Superinteressante.

Publico-o porque não atinge somente a mim, mas a você também. E como nós brasileiros ficamos nesse processo? Bem, se você quer entrar sozinho na guerra, a melhor aposta é tentar vender sua criatividade. Ou então você pode torcer para que uma empresa nacional entre na competição internacional e o convide para fazer parte da batalha. Infelizmente, as empresas do Brasil têm de superar dois obstáculos cruéis para lutar globalmente. O primeiro é enfrentar a China, algo tão frustrante quanto cair no grupo do Brasil na Copa do Mundo – os chineses são os maiores craques da competitividade. O segundo obstáculo é superar o Estado brasileiro, que não facilita a vida de quem quer participar do mundo plano. O que poderia ser feito? Tudo que ajude as empresas a se tornar mais competitivas – melhorar a estrutura de transportes, desburocratizar a vida de quem quer fazer negócios ou simplesmente ter um sistema judiciário capaz de julgar processos antes que a companhia vá à falência.

Isso tudo importa a você também. Afinal, não são apenas Estados ou empresas que ganham e perdem no novo mundo, mas, principalmente, nós, indivíduos. Cada vez mais, estamos competindo juntos no mesmo mercado. Se eu escrevi esta reportagem, é porque algum jornalista brasileiro perdeu seu lugar. [Nota da Super: não é bem assim. Deixamos de contratar um freelancer para fazer a matéria, mas não demitimos ninguém. Ainda.] Se você tem alguma habilidade que pode ser vendida a outro país, você ganha. Se você ficar restrito ao mercado do seu país, você perde. E, se você trabalha em uma fábrica, há uma enorme chance de que alguém na China, ou em breve no Vietnã, tope fazer exatamente o mesmo trabalho por um salário muito menor.

E não é apenas a sua habilidade que definirá seu futuro. Setores industriais inteiros podem desaparecer – o meu, por exemplo: por que pagar por reportagens quando você pode ler coisas interessantes de graça na internet? Por outro lado, novas profissões estão sendo criadas: primeiro veio a onda dos designers de games. Agora é a vez dos otimizadores de ferramentas de busca. A globalização 3.0 está acontecendo numa velocidade nunca antes vista e, como nenhuma outra revolução tecnológica já vista, pode levar alguns de nós a ter várias profissões diferentes no curso da vida! Reclamar é perda de tempo: todos nós teremos de competir globalmente. Mas pelo menos podemos fazer isso da sala de casa – ou encostados num pilar na estação de trem.

Lauro Winck
Enviado por Lauro Winck em 02/03/2011
Código do texto: T2823627
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