NOITE DESSAS...
 


Nem se deu ao trabalho de ir pra cama, deixou-se ficar no sofá da sala de visitas, olhos fixos na porta de entrada, enquanto o   relógio  marcava duas da madrugada. Com a calma que lhe é peculiar, apanhou de cima da mesa postada ao lado do sofá um porta retrato, onde sorrindo bonito estava ele. E de mão no queixo, encarou a foto e começou lá o seu monólogo... por mais que procure entender a tua razão de ser, ruindo se vão as tentativas e insólita a vida se torna, levada por uma sensação de vazio imposta por tua presença ausente. A mim só cabe indagar: importa saber disso, amor? Para em seguida deixar cair sobre o tapete a foto do moço sorridente, virar de costas e tentar dormir abraçada a sua solidão... Sem choro

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 28/02/2011
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