Violação!
Olho-te com a avidez dos lobos esfaimados, que uivam solenemente p´las alcateias possessos da lua, com vontade de comer o astro brilhante e iluminado no firmamento.
Dizer-te boa, não tem palavrão, nem é calão, dizer-te tesão é um de menos, pois sinto-me fluir imbuído no teu sorriso, desamparado no calçadão, sobre o ardente poente, que copula no Oeste sideral e é mesmo Oeste.
Devaneios pela penumbra das hordas calamitosas, do meu pensamento, onde a leviandade roça o desespero do my self, tenho o tesão dos homens esfomeados, das conchas devoradas ao pequeno-almoço, coisas estranhas que a libido inventa, quando o único senão: é a vontade de te comer o coiro...
Ainda te dou tempo, para me mostrares os dentes lívidos, brancos como a pasta de papel, brancos como a neve pirenaica que cai sem cessar na minha névoa enleada, de te apascentar.
E vai uma Ostra ( dizem ser afrodisíaco), e vai outra...
Não te dou tempo de terminares o pitéu, que dizem ser um bom prima para o sexo, e quando mal penso no que li acerca do poder das ostras, já as minhas mãos te tocam os seios ardentemente, possuidoramente, bravamente, demementemente, diariamente.
Estremeço num solavanco, do tipo que adormece e acorda de repente, do tipo que sonha e ainda nem a dormir está mas que se sobressalta como se nada tivesse acontecido, ou que ainda fosse acontecer. Do tipo que acorda num silvado veloz com o sabor margoso do fel, que as mulheres sabem ter, quando se trata de maltratar: -Zás!
Ah! Pausa, que soa uma estalada; pausa que sentido estou atordoado. Será real? Será sonhado?-Zás!
Que seja, que seja aquilo que for, dói, mas nem assim me senti temido, pois a seguir aos berros e a dor eu te violava os sentidos, onde possuída na minha força brutal, tu eras um trapo, e eu sou um homem de coragem:
Afinal tu és o meu prémio.
"Violou e atacou em plena via pública"
Assim surge enunciado, no papel de jornal...
Ainda bem que foi só mentira do pensamento, mas da maneira como elas se vestem hoje em dia: só dá mesmo vontade de ser um Lobo!
Paulo Martins