CASTIGO E DEUS NESTA HISTÓRIA
Castigo é sinônimo de privação de algo bom, como represália a algo ruim que aconteceu e, normalmente, o ato é consciente. Em geral os castigos partem de alguém que detém o poder, o controle sobre a vida do outro.
A criança cresce escutando dos pais que vai ser castigada, até para sentir o peso do ato cometido de forma errada. Quando adulto, já dono do seu nariz, não tem mais quem lhe castigue, porque passa a ser senhor e juiz de seus atos, mas acontece, por vezes, um deslocamento para o castigo chegar oriundo de forças superiores, ou a substituição pela culpa, que é um sentimento que pesa na consciência, sendo na maioria das vezes inconsciente, ou seja, sem o nosso controle.
Quem não escutou o "Deus castiga", aprendido dos nossos pais ou dos ensinamentos da religião? Assim falavam ou falam de um Deus vingativo, punitivo. Desconheço um bom pai que use deste expediente. Hoje sinto um Deus compreensivo, um tipo de âncora que está firme, acolhedor, que permite que sendo o sujeito livre faça as suas opções de acordo com sua carga hereditária, genética e o que a força do meio inculcou. Se merecer o "castigo" que venha!
Suponho que há uma conexão na mente entre castigo e culpa,sendo esta última decorrente de uma má ação praticada e que tudo pertence à lei do retorno, no sentido de que o mal retorna ao ser de forma duplicada.
Como surge a culpa? Freud definiu como a instância psíquica do Superego como responsável pelo discernimento do que é certo e errado, dentre outras funções. Sendo assim , o próprio sujeito sendo o juiz de seus atos, desenvolve um estado afetivo expresso em remorso, indignação , fazendo com que o próprio sujeito de acuse, ou se julgue fruto de um castigo.
Já se pode notar que não são estados que o sujeito deseje: ser castigado e carregar culpa, embora para o que não há controle, resta ajuda que faz com que estes impedimentos sejam trabalhados pela psicologia ou psicanálise , para o sujeito soltar suas amarras, buscando o equilíbrio para se viver melhor.