Vontades de amar...

“Bom dia”

Ele escreve um violado refrão, presto na vontade de não te recordar, porque os arcanjos ribombam-lhe o coração.

Ele escreve o desejo impresso de imprimir a emoção, que na prece se pede em oração, e procura a paz diante do belo; esse teu olhar imenso… impreciso… atroz; sinceramente desumano, monstrego; sinceramente esplêndido, excelso, monstruoso!

São tão raras as vezes em que te desejo (desejando), tão raras as distancias tidas e ditas, e transcritas de ocasião, velos sentidos de perdição, tão escusas as vontades, difames aventurosos, alegorias absconsas de uma tourada imaginada, nas formas imaculadas do teu beijar, na suavidade sincera dos teus lábios, fremente angustia ao abandono; esse medo de não te recordar no amanhã que desejo; hoje!

Tens o sabor dos fantasmas que nos conspurcam a alma e as diáfanas deliciosas de uma mulher evolada, só de sentir, já te tenho no sabor de mulher-arco-íris!!!

Tens o frio das brumas nortenhas dos cimos esbranquiçados das montanhas altas, tens o tremor deste lugar no bater do envergonhar e o tempo morre cálido no teu abraço.

Ainda sinto o enlaçado do teres estado.

Reinvento a noite, reinvento a alma, reinvento o tempo.

Reinvento a memória; a memória!

Tantas vezes calcorreamos os mesmo lugares, tantas vezes espezinha-mos trilhos, tantas pegadas aprumadas, marcas do tempo congeladas, pré-câmbricos quase, texturas de andanças pelas esferas dos estados atmosféricos, visitando recordos, que nos doem a alma o cerne e a saudade. Choramos tantas vezes!

Tantas vezes o passado nos acomete, e nos liberta do presente, tantas vezes abrutalhados a prazo, aos trambolhões e aos soluços, esperneamos pelo prazo de uma época determinada; são nossas éstorias humanizadas, onde cada uma é um acontecimento tido e temos aquela enorme vontade de destilar.

Ah, que vontade tenho eu de residir no tempo, fixar-me nele como um carvalho que espera eras, fazer dele a minha toca, o meu lema, a minha canção…

O tempo lembra-nos sempre o passado, sempre. O tempo reside sempre no que foi e é sentido no agora, como uma assinatura desses lembretes que tardam em desaparecer, como um barco navegando em solitário. Amarando em todas as marinas e todos os portos, procurando em cada um o teu amor sentido…

Mas, as vontades são reflexos sentidos daquilo que não mais possuímos ou aventamos possuir.

As vontades são isso mesmo: Querer!

“Bom Dia”: digo na saudade.

Reinvento-te na vontade de te amar, como essas raras mulheres que são do tamanho certo do nosso coração

Paulo Martins

PauloMartins
Enviado por PauloMartins em 25/02/2011
Reeditado em 05/02/2012
Código do texto: T2815266
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