DESALENTO
Desde menino queria ser um poeta. Já era um menino poeta, desde menino. Não sei se sonhava nos tombos da madrugada ou se acordado já no amanhecer.
Já sabia da destreza que a natureza humana e seus mistérios haviam me privilegiado e as minhas palavras, versos, metáforas, harmonia, imagens e musicalidade que meus escritos continham, já me faziam poeta, acalentado pelos sonhos ou pela lucidez da inspiração.
Eu sabia disso. Mas só eu. Somente eu. Desisti e resisti mil vezes. Recomecei, teimei e faltou coragem para voar pelos céus do futuro, alçado pelas asas do poeta, menino ou não. Atrevido ou não. Comedido ou não. Mas com certeza poeta.
Rastejei meia vida e por uma vida quase inteira me iludi, esperando o aplauso, o convite, o reconhecimento. Espera preguiçosa, inútil, madrasta, para mim e para o mundo. Sentei no barranco da formosura dos versos que só eu reconhecia e me confortava com o alento dos meus próprios poemas.
Não sei se perdi eu, ou se perdeu o mundo, sei que houveram perdas. Mas o perdedor sou seu, eu sei. Bem sei. Como sei. Só eu sinto a dor, sem nem mesmo cogitar que exista a empatia. De ninguém, ou quase ninguém. Talvez alguém. Só talvez.
E se a vida permitir, a sorte e as coincidências oportunas fazerem conchavos e combinarem com os astros o melhor prá mim, ainda serei um poeta. Reconhecido. Aplaudido e tido como poeta. Só e simplesmente poeta. Com o sub-título “do vale do Itajai”.
EACOELHO
Desde menino queria ser um poeta. Já era um menino poeta, desde menino. Não sei se sonhava nos tombos da madrugada ou se acordado já no amanhecer.
Já sabia da destreza que a natureza humana e seus mistérios haviam me privilegiado e as minhas palavras, versos, metáforas, harmonia, imagens e musicalidade que meus escritos continham, já me faziam poeta, acalentado pelos sonhos ou pela lucidez da inspiração.
Eu sabia disso. Mas só eu. Somente eu. Desisti e resisti mil vezes. Recomecei, teimei e faltou coragem para voar pelos céus do futuro, alçado pelas asas do poeta, menino ou não. Atrevido ou não. Comedido ou não. Mas com certeza poeta.
Rastejei meia vida e por uma vida quase inteira me iludi, esperando o aplauso, o convite, o reconhecimento. Espera preguiçosa, inútil, madrasta, para mim e para o mundo. Sentei no barranco da formosura dos versos que só eu reconhecia e me confortava com o alento dos meus próprios poemas.
Não sei se perdi eu, ou se perdeu o mundo, sei que houveram perdas. Mas o perdedor sou seu, eu sei. Bem sei. Como sei. Só eu sinto a dor, sem nem mesmo cogitar que exista a empatia. De ninguém, ou quase ninguém. Talvez alguém. Só talvez.
E se a vida permitir, a sorte e as coincidências oportunas fazerem conchavos e combinarem com os astros o melhor prá mim, ainda serei um poeta. Reconhecido. Aplaudido e tido como poeta. Só e simplesmente poeta. Com o sub-título “do vale do Itajai”.
EACOELHO