Canudos (1893-1897)
Por: David Kooperfield
Movimento popular da 1ª república que mesclava aspectos religiosos e sociais. o espaço geográfico onde ocorre tal foto é o interior da Bahia, as margens do rio Vaza-barris.
Em 1893 Antonio Vicente Mendes Maciel , conhecido como Antonio Conselheiro, natural de Quixeramobim no Ceará e, 1830, trabalhou como comerciante, caixeiro e escrivão.
Resolveu sair pelo sertão como pregador por volta de 1874 passando pelo Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia em companhia de seus fiéis, restaurando e construindo capelas, igrejas e cemitérios. tomou essa decisão quando fora abandonado por sua mulher. (será que ela o enganou?, será que o nosso heroi era parecido com aquele monstro do labirinto de Creta? deixa pra lá...as vezes é depois de uma grande decepção que agente toma rumo na vida pra alguam coisa...)
Conselheiro em 1887 já incomodava a ordem vigente. O arcebispo e o presidente da província acusaram-no de pregar doutrinas destoantes da igreja e do estado, (era uma mistura de inquisição com padroado, de vez enquando agnte ve por aqui)... tentaram inclusive interná-lo num hospício no Rio de Janeiro, o que não aconteceu por falta de vagas. Naquele período já havia problemas de super lotação e hoje?
Em 1893 o governo central amplia a carga de impostos cobrados aos municípios, (essa política ainda hoje se repete e o povo que vá pro buraco), conselheiro numa atitude ousada queima em praça pública os editais desafiando assim o poder constitucionalizado. (já essa atitude aqui é rara).
A partir de então conselheiro passa a ser caçado pelas forças policiais. (nem podia ser diferente). Na fuga conselheiro e seus seguidores se fixam numa fazenda abandonada às margens do rio Vaza-Barris organizando o povoado de Belo Monte ou Canudos. Conselheiro era para essa gente um ser místico ou divino que seria capaz de levá-los a felicidade e a fartura, "oh glória".
Aos poucos Canudos vai se transformando numa alternativa de vida melhor para pobres e miseráveis de todas as partes, chegando ao número de 30.000 pessoas. (assim, até eu iria pra lá). Ali as terras, a produção, o rebanho e o resultado do trabalho eram de propriedade da coletividade. Apenas os bens móveis e residenciais eram particulares. O excedente era negociado com os povoados vizinhos. O arraial tinha 2 escolas, lojas, oficinas e residências. A administração era feita por Conselheiro e um conselho de 12 chefes, administravam as finanças, construções registros de nascimentos. Completa ausência de impostos e policiais. Uma tropa de 800 indivíduos faziam a Santa Companhia, a guarda pessoal do líder.
Isso gera uma preocupação aos latifundiários que começam a reclamar da falta de mão de obra para sua exploração e aumento no preço das jornadas de trabalho. Além da desconfiança de que tudo aquilo começasse a tomar outros rumos no âmbito político.
O governo vendo Canudo como um péssimo exemplo envia a primeira expedição militar em fevereiro de 1897 com 1300 soldados federais sob o comando do coronel Moreira Cesar o “corta-cabeças”, que havia combatido os federalistas em Santa Catarina, porem foi derrotado pelos sertanejos. Os números foram desastrosos para as tropas federais, 116 mortos, 120 feridos e os 02 comandantes mortos. (bem feito)
O Rio de Janeiro entrou em pavorosa, uma vez que Conselheiro era defensor da restauração da monarquia. O governo organiza nova expedição comandada pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães com 7 000 soldados e 18 canhões, onde simultaneamente invade os jornais monárquicos.
Após a invasão do arraial as tropas federais em junho, receberam o auxílio em agosto o ministro da guerra Carlos Machado Bittencourt e mais 3.000 soldados. Em outubro ocorre a ofensiva final contra Canudos, onde dizimaram quase toda a população local. O episódio lamentável fora registrado por Euclides da Cunha em “Os Sertões”, além de outras crônicas de Machado de Assis no jornal “Gazeta de Notícias”, registraram que sobreviveram apenas 4 pessoas. Um massacre promovido pelas forças conservadoras, o estado e a igreja, um absurdo imperdoável, mas que se reproduz atualmente disfarçado por outros instrumentos de opressão. Aqui é proibido ser livre, autônomo e feliz. Meu Brasil, oh meu Brasil, quando o mundo for se acabar a notícia vai daqui.